Por adriano.araujo
Pedro cursa o 2º ano do Ensino Médio do Pedro II de São CristóvãoReprodução Internet

Rio - Vítima de assalto com faca dentro de um trem da SuperVia, no sábado, o estudante Pedro Arthur Britto Santa Cruz, 18 anos, por muito pouco não morreu. “O bandido esfaqueou para matar o meu sobrinho”, afirma o tio do rapaz, o professor de História Christiano Britto. “O ladrão deu três facadas perto do coração. Por sorte, um passageiro fez um torniquete para estancar o sangue do Arthur e o levou até o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ninguém da concessionária ajudou”, acusa.

Imagens captadas por uma câmera de segurança instalada na Estação Quintino gravaram um dos acusados de esfaquear o estudante. No vídeo, o homem, que seria o responsável por atingir Pedro Arthur, pode ser visto carregando um objeto na mão esquerda, que seria a arma do crime. Ele, que veste camisa cinza da Seleção Brasileira e carrega uma mochila nas costas, aparece correndo pela plataforma, após o assalto. Outro acusado teria fugido pelos trilhos. Ainda nas imagens, é possível ver o desespero de outros passageiros.

Um dos médicos que receberam o rapaz no hospital disse que, se Pedro não tivesse sido prontamente atendido, poderia ter morrido, já que estava sangrando muito. A facada que atingiu o braço do rapaz acabou acertando seu bíceps, um nervo e uma veia. Ele não corre o risco de perder o movimento do braço esquerdo, mas, segundo o médico, ficará um tempo sem sensibilidade no polegar, no indicador e no dedo médio esquerdos.

LEIA MAIS

Vídeo mostra acusado de esfaquear estudante fugindo após o crime

Avó de estudante esfaqueado: 'Agora ele vai ter que usar um celular baratinho'

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o jovem, que passou por uma cirurgia no sábado à tarde, tem quadro de saúde estável. Ele deve ter alta entre hoje e a próxima quarta-feira.

Avó do rapaz%2C Vera%2C e o tio do menino%2C Christiano%2C no Salgado Filho. Tio mostra onde foram as facadasCarlos Moraes / Agência O Dia

“Os médicos precisam observar se meu neto terá algum tipo de infecção. Talvez ele tenha que passar por nova cirurgia”, disse, preocupada, a avó Vera Brito, 68 anos, logo após conversar com os médicos que o operaram. O menino mora com ela, um tio e a irmã de 7 anos.

Segundo Christiano, o criminoso nem abordou a vítima antes de tentar roubar o celular. O professor de História reclamou ainda que não houve atendimento e socorro da SuperVia. De acordo com a concessionária, dois agentes à paisana ajudaram a encaminhar Pedro Arthur até o Salgado Filho. A concessionária, em nota, afirma lamentar o incidente e diz colaborar com a polícia para as investigações.

Pedro já havia sido assaltado

?Acostumada a ir com o amigo para a escola, Mylena Ferreira, 16 anos, ficou estarrecida ao receber a notícia das facadas. “Por sorte minha, eu não estava naquele vagão. No sábado, o Pedro se atrasou para a escola, e fui antes. Pego o trem todos os dias. Fico com medo, mas não tem para onde correr”, frisou.

Segundo Mylena, o aluno do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Pedro II já havia sido assaltado uma vez em um ponto de ônibus próximo à unidade, em São Cristóvão. “Levaram o celular. O Pedro é um menino estudioso e tranquilo.”

Pedro Arthur ouvia música no celular quando foi abordado no vagão. Ao supostamente reagir ao assalto, foi atingido três vezes com uma faca. Foram três golpes, dois no ombro e um no braço esquerdo. “A cirurgia durou quase cinco horas”, revelou a avó.

Além da família, Pedro Arthur recebeu no hospital a visita de colegas da escola na manhã de ontem. “A gente fica assustado, mas não podemos deixar de usar um bem que temos”, lamentou Leonardo Meireles, 17 anos, colega de sala.

Você pode gostar