Por nicolas.satriano

Rio - Mais de 90% das distribuidoras de botijão de gás do Estado do Rio ficaram com seus estoques zerados ontem, por causa da greve de motoristas de revendedoras e transportadoras do produto. O problema se arrastava há cinco dias, quando o sindicato da categoria anunciou a paralisação devido ao aumento de roubos à carga nas estradas. A situação começa a ser normalizada hoje, já que os trabalhadores se comprometeram a retomar o trabalho.

A falta de bujão de gás atingiu a diversos bairros das zonas Oeste, Norte e Baixada Fluminense. No Cachambi, uma das principais distribuidoras da região recusou mais de 300 clientes ontem. “Estamos sem gás desde sábado. Passei o dia inteiro tendo que dar satisfação para os clientes”, contou a atendente do deposito Martins, Cláudia de Lima.

Botijões deixaram de ser distribuídos por cinco dias%3A depósitos pararam de entregar e chegaram a aumentar preço para compensar prejuízoDivulgação

Em Campo Grande, a empresa que faz a distribuição de gás na Estrada da Posse suspendeu as entregas. “Fechamos o dia com apenas nove bujões no estoque. Só aceitamos quem viesse buscar na loja”, informou Paulo Rodrigues, da distribuidora Debora. Em Mesquita, na Baixada, uma empresa aumentou o preço para não ficar no prejuízo. “Desde sábado estamos vendendo o gás com uma taxa de R$ 10 a mais”, declarou a atendente Silvia Farias, da JR distribuidora.

Presidente do Sindicato das Revendas de Gás do estado, Crisvaldo Sousa da Silva, decidiu pela suspensão da greve ontem, após reunião no Palácio Guanabara, com integrantes da Secretaria de Segurança Pública. Hoje, uma nova reunião foi marcada no 41º BPM (Irajá) para traçar uma nova estratégia de segurança. “Fizemos essa greve porque não aguentamos mais ser assaltado. Nos últimos dois meses, 45 caminhões tiveram a carga roubada”, apontou Crisvaldo. Segundo ele, os veículos são descarregados nos mesmos lugares. “As cargas sempre vão para os complexo do Chapadão e da Pedreira e no Gogó da Ema, em Belford Roxo”, completou o presidente Crisvaldo Sousa.

Sindicato espera que crise de abastecimento termine hoje

A retomada no transporte de gás começará a partir das 7h de hoje. De acordo com o Sindicato das Revendas de Gás, mais de 350 caminhões vão sair da Refinaria de Duque de Caxias, Reduc, rumo aos bairros das Zonas Norte, Oeste e Baixada. “Vamos tentar reestabelecer toda a entrega do produto. Nossa intenção não foi prejudicar o serviço, mas chamar atenção para nossa segurança”, declarou Crisvaldo. A previsão é de que o abastecimento seja regularizado até as 14h.

O bairro de Guadalupe, segundo o presidente do Sindicato, é a região com maior índice de assaltos. “Os caminhões não entram mais na Estrada do Camboatá e na agulha para Avenida Brasil”, contou.

De acordo com a Liquigás, empresa distribuidora de gás conveniada com a Petrobras, no Rio, mais de 4 milhões de residências utilizam o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

Agência regulamenta lei da vistoria

A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) regulamentou ontem a lei estadual da autovistoria em residências e imóveis comerciais para o gás canalizado e divulgou o manual de como será a fiscalização. A lista com as empresas credenciadas para fazer o serviço será divulgada em até seis meses e o custo médio para a realização será de R$ 200.

Na inspeção, serão analisadas todas as instalações e as peças que compõem os equipamentos referentes ao sistema de fornecimento de gás e aquecedores. O profissional contratado deverá fazer o teste de estanqueidade da tubulação, que verifica se há algum vazamento, além de checar a higiene da combustão e avaliar a adequação do ambiente onde estão os equipamentos a gás, como a cozinha e banheiro.

Ao final da vistoria, o imóvel receberá um certificado e um selo, que deverá ficar exposto na residência. Nos prédios, a autovistoria deverá ser feita nas áreas coletivas, no próprio edifício, e nos apartamentos.

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