Por nicolas.satriano

Rio - Fim do mistério: o novo dono da marca e da fórmula ultrassecreta da Juquinha, a bala mais famosa do Brasil — cuja fábrica fechou as portas há dois meses, em Santo André (SP), conforme O DIA noticiou com exclusividade —, foi comprada pelo empresário carioca Antônio Tanque, de 57 anos.

Produção em massa: empresa produzia 600 toneladas de Juquinha por ano e chegou a faturar R$ 15 milhões anuais. A notícia de que a fábrica fecharia as portas comoveu consumidores e comerciantes de todo o paísErnesto Carriço / Agência O Dia

Ele é do ramo alimentício e tem lojas no bairro de Madureira, na Zona Norte. A doce notícia é que, segundo ele, a guloseima voltará ao mercado interno e internacional em dois meses. O Estado do Rio será o primeiro a ser reabastecido com 50 toneladas por mês.

Imagem do menino lourinho voltará ao mercado repaginada%2C com roupas mais justasDivulgação

“Os fãs da bala Juquinha podem ficar tranquilos. Antes da próxima data dedicada a Cosme e Damião (27 de setembro), queremos estar presentes novamente em todo o território nacional”, assegurou Antônio, que confirmou ter ido a Santo André escoltado por seguranças, buscar a fórmula ultra-secreta da goma de helicóptero.

Antônio diz que o valor milionário pago pela receita, trancada a sete chaves num cofre e protegida por alarmes, é “segredo de estado”. O empresário adiantou, porém, que não comprou o maquinário do ex-dono, o italiano Giulio Luigi Sofio, de 77 anos. “Vamos investir, no primeiro momento, R$ 250 mil na abertura de uma nova linha de produção numa fábrica que já produz pirulitos e doces em Araras, no interior de São Paulo”, revelou o empresário.

E as surpresas não param por aí. Antônio avisa que, além dos tradicionais tutti-frutti, coco, abacaxi e uva, serão acrescentados novos sabores e até balas sem açúcar. “Sabemos que há uma clientela que não pode consumir açúcar por diversos motivos. Vamos pensar nela também”, explica. Avesso a entrevistas, o italiano Giulio, que está vendendo suas máquinas fracionadas a diversas empresas, não comenta o assunto.

Ao serem informados pelo DIA que a Juquinha voltará aos bares, restaurantes e lojas do ramo, fanáticos pela guloseima, que, só no domingo, acessaram mais de um milhão de vezes as redes sociais para lamentar o fim da goma, se disseram aliviados. “Oba! Cheguei a ficar mal”, comentou a professora Fernanda Moreira, 47 anos.

Novos donos, novos planos

O novo dono da marca Juquinha%2C Antônio Tanque%2C garante que sua meta é manter a tradição da bala no mercadoDivulgação

O novo dono da marca Juquinha, Antônio Tanque (na foto, dentro do helicóptero), garante que sua meta é manter a tradição da bala no mercado. Tanto que seu sócio é seu filho, Vitor, de 25 anos, com quem o empresário foi, de helicóptero, buscar a fórmula da bala em São Paulo.

Parceiros em outros negócios do ramo alimentício, os dois estão cheios de planos. “Vamos primeiro, arrumar a distribuição no Brasil. Hoje a bala é mais divulgada e distribuída nos Estados Unidos do que no Brasil”, afirmou Vitor. Outra meta da dupla é o incremento de novos sabores e da versão Juquinha sem açúcar.

O velho mascote ganha traço de geração saúde

Para enaltecer a nova fase da Juquinha, a imagem do menino lourinho, mascote da marca, voltará ao mercado repaginada, com roupas mais justas, que o remetem à saúde e esporte.

"Nos 64 anos de existência da bala, notamos que o menino sempre aparecia com roupas largas, sugerindo uma figura mais rechonchudinha”, diz Gabriel Joaquim, da IGPL Comunicação e Marketing, que desenvolveu a nova estampa.

“Agora ele terá tudo a ver com mais saúde e com o pique das Olimpíadas Rio 2016”, justifica Gabriel, confessando que este é o seu primeiro grande desafio.

No novo traçado, o Juquinha aparece de corpo inteiro e com uma bola de futebol nos pés, reforçando a imagem atlética do mascote.

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