Por felipe.martins

Rio - Em greve há 20 dias, funcionários técnico-administrativos estão na contagem regressiva para usar o maior trunfo de que a categoria dispõe contra o governo: a matrícula de estudantes aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programada para amanhã, segunda-feira e terça-feira.

Além da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF), que seguem orientação do Comando Nacional de Greve para suspender o registro de novos alunos, mais duas instituições já confirmaram a adesão ao boicote. São elas: Unirio e a Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ). Juntas, elas devem preencher mais 2.634 vagas em 67 cursos de graduação. A UFRJ ameaça impedir a matrícula de 3.731 estudantes, e a UFF, de outros 4.186 alunos. No total, as quatro federais do estado têm 10.551 universitários à espera de uma definição.

São estudantes como Cícero Demétrio Magalhães, de 18 anos. Aprovado para o curso de História na UFF, o morador de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, está apreensivo com a atual situação. “Estou preocupado e com medo de perder a vaga se não fizer a matrícula amanhã. Achei que já iria começar a estudar. Só que agora estou sem saber o que fazer. Não posso nem procurar lugar para morar” diz Cícero.

Segundo a coordenadora-geral da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Superior (Fasubra), Ivanilda Reis, a medida foi tomada para pressionar o governo a negociar com a categoria. “Nosso objetivo não é que o aluno perca a vaga. Isso já ocorreu em outras greves, e a matrícula foi remarcada”.

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