Por marcello.victor

Rio - Uma modalidade nova, organizada. Assim foi definida a ação de um advogado acusado de negociar a venda de drogas pelo aplicativo WhatsApp, popularmente chamado de zap. Segundo a investigação, Carlos Henrique Fowler Moscoso, o Brutus, de 38 anos, mandava mensagens para os clientes, combinando encontros, oferecendo os produtos e até fazendo propaganda da qualidade. Carlos, que foi preso na noite de segunda-feira em casa, num condomínio luxuoso na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi indiciado por tráfico de drogas, cuja pena pode chegar a 15 anos de prisão. Ele era investigado há um mês.

De acordo com o delegado Antenor Lopes, da Delegacia de Combate às Drogas, no apartamento do advogado, no condomínio Atlântico Sul, na Avenida Lúcio Costa — avaliado em R$ 3 milhões — os agentes apreenderam meio quilo de cocaína, haxixe, material para endolação, duas balanças de precisão, além de ser encontrada, no celular dele, a contabilidade do tráfico.

O advogado Carlos Henrique Fowler Moscoso vinha sendo investigado pela polícia há um mês. Ele foi preso na segunda-feira%2C dentro de um imóvel avaliado em R%24 3 milhõesDivulgação / Polícia Civil

“Ele tinha um celular e um iphone, e mais oito chips. Trocava o chip toda hora para confundir a investigação. Ele fez um grupo fechado no WhatsApp com mais de 100 clientes e só participava quem era indicado por algum integrante. Em três meses nesta delegacia, nunca vi grupo tão sofisticado”, garantiu Antenor, acrescentando que ele faturava R$ 50 mil por mês com o tráfico.

Segundo o delegado, Brutus vendia para usuários de classe média alta na Barra, Recreio e Zona Sul, em academias, praias e consultórios. Em fotos no celular, o acusado exibe uma rotina de luxo. Há imagens de lancha e da varanda do apartamento dele que tem piscina.

Apelidos para despistar

Segundo levantamento inicial da polícia, entre os usuários que faziam parte do grupo no aplicativo estão médicos, engenheiros, modelos, professores, dois funcionários de uma emissora de televisão e de uma prefeitura do estado, entre outros.

“Vamos monitorar esses usuários, que a princípio não estão indiciados. Ainda queremos saber de onde o advogado comprava as drogas”, contou o delegado Antenor Lopes, frisando que Brutus já possui uma passagem por tráfico.

No celular dele, policiais encontraram a contabilidade do tráfico e os clientes eram identificados por apelidos. “Para identificar um funcionário da prefeitura, chamava de prefeito, por exemplo. Era tudo muito bem articulado”, afirmou Lopes.

Escuta telefônica registrou conversa supostamente sobre drogas entre Brutus e um cliente: “O pó é maneiro! Eu tô longe daí, entendeu? Tô no Itanhangá”.


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