Por tiago.frederico
Sargento da PM%2C Tarsis Doria Noia%2C de 40 anos%2C foi morto quando ia comprar café da manhã para colegas da UPP São Carlos%2C pouco antes de assumir o trabalhoWhatsApp O DIA (98762-8248)

Rio - Lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) São Carlos, o terceiro sargento da Polícia Militar Tarsis Doria Noia, de 40 anos, morreu após ser baleado no Morro do Zinco, no conjunto de favelas do São Carlos, no Estácio, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira.

O militar foi atingido por um tiro quando passava em um beco. Ele seguia para uma padaria, onde iria comprar café da manhã para a corporação, pouco antes de assumir o trabalho. Tarsis estava acompanhado de outro policial, que reagiu, mas o suspeito conseguiu fugir.

Policiais contaram que Tarsis chegou a ser levado ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), que fica próximo da comunidade, por volta das 8h05, já em parada cardíaca. Médicos teriam tentado reanimá-lo, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

Um policial que trabalhava com Tarsis e que preferiu não se identificar elogiou o trabalho do PM e disse que o clima na comunidade piorou após a guerra de facções envolvendo traficantes do Morro do São Caros e da Coroa. "O clima na comunidade piorou muito depois daquela guerra de facções. A situação ficou muito estranha. Ele (Tarsis) era uma pessoa boa, tranquila", disse.

Através do WhatsApp do DIA (98762-8248), um policial que preferiu não se identificar, contou como ocorreu o fato. "Em todo serviço, eles iam... cada um era responsável por comprar o café. Ele foi comprar o café, papo de 200 metros depois do contêiner do Querosene, foi comprar o café. Os colegas falou (sic) que escutou o tiro. Quando chegou, ele ainda estava com vida para socorrer ele. O tiro foi de 9 no peito. Atravessou as costas dele e dilacerou o coração dele todinho. Já chegou no HCPM sem vida...", relatou.

Após o episódio, o policiamento foi reforçado na região e equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) estão na comunidade realizando ações de vasculhamento. A Divisão de Homicídios da Capital (DH) vai investigar o caso.

Na corporação desde dezembro de 2001, o sargento Tarsis estava na UPP São Carlos desde outubro de 2014. Ele era casado e deixa dois filhos. Ainda não foram divulgadas informações sobre o sepultamento.

Tarsis Doria Noia estava na PM desde 2001 e começou a trabalhar na UPP São Carlos em 2014WhatsApp O DIA (98762-8248)

PM e dois moradores foram baleados no Morro da Mineira nesta quarta-feira

Nesta quarta-feira, um policial e dois moradores foram baleados durante tiroteio entre policiais da UPP São Carlos e criminosos no Morro da Mineira. Segundo o Comando de Polícia Pacificadora (CPP), um militar ficou ferido no braço. Ele foi encaminhado para o Hospital Central da corporação, onde passou por uma cirurgia. Nesta manhã, segundo a equipe médica da unidade, seu quadro de saúde é considerado estável, mas ainda não há previsão de alta.

As outras vítimas são Lemer Francelino Barroso, de 17 anos, que foi atingido no tórax, e Rafaela Cavancanti da Conceição, 22, ferida, de raspão, na cabeça. Eles foram levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Os dois seguem internados em estado estável. 

Ainda segundo o CPP, o confronto desta quarta-feira ocorreu quando policiais realizavam operação no Morro da Mineira. O policiamento foi reforçado na comunidade após o episódio.

Operação no Complexo

Depois da morte do policial, agentes da UPP e do Comando de Operações Especiais (COE) fizeram operação nas comunidades do complexo. Farejadores do Batalhão de Operações com Cães (BAC) apreenderam três pistolas e drogas. Trinta motos irregulares foram apreendidas. Ninguém foi preso.

No tiroteio que feriu um PM quarta-feira, duas moradores também foram baleadas. lemer Francelino Barroso, de 17 anos, foi atingido no tórax, e Rafaela Cavancanti da Conceição, 22, ferida, de raspão, na cabeça. Eles foram levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar e passam bem.

Policiais afirma que, desde que o traficante Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fú da Mineira, fugiu em 2013 de um presídio em Rondônia, após ser beneficiado com regime semiaberto, vem comandando uma guerra pelo controle da venda de drogas na região. Desde 2011, quando a UPP do São Carlos foi instalada, até o mês passado seis mortes ocorreram no complexo.

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