Por paulo.gomes

Rio - Um roubo a caixa eletrônico em Duque de Caxias, há sete meses, culminou na investigação que desarticulou nesta segunda-feira uma quadrilha de traficantes de droga. Segundo o delegado Márcio Braga, da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), o bando faturou em apenas uma semana R$ 800 mil e usava um taxista com ponto num shopping da Baixada Fluminense para a distribuição da droga.

Telefones celulares e anotações do tráfico foram apreendidos nesta segunda-feira pelos policiais da DRF durante a 'Operação Maçarico'Alexandre Vieira / Agência O Dia

"Um dos que foi presos hoje foi o taxista Alexandre da Silva Wendler, que tinha ponto no Caxias Shopping. Ele trabalhava normalmente, mas também usava seu táxi para distribuir as drogas. Ele usava o táxi justamente para não chamar a atenção da polícia", diz.

Além do taxista, mais quatro pessoas foram presas nesta segunda-feira, entre eles Rafael de Souza Santos, conhecido como Mingau. Ele, de acordo com o delegado, era o principal distribuidor de cocaína do estado. O criminoso distribuía as drogas para várias facções. Mingau tinha contato com Leandro Souza da Silva, o Buda, chefe do tráfico do Parque União, que está preso no Complexo de Gericinó. Eles se comunicavam através de mensagens via celular.

"A cocaína vinha da Bolívia. Em uma semana, eles receberam 120 quilos. Esse número é tão grande, que o Rafael vendia a droga para diversas facções", afirma.

A quadrilha atuava em sete comunidades e ainda tem dois integrantes foragidos. Um deles é Erlan Ferreira da Silva, conhecido como RL do PU. Como Buda está preso, ele comanda o tráfico no Parque União. Foram apreendidas anotações do trafico e alguns celulares. Um desses é o que o Buda usava no presídio.

"A operação foi muito importante. Se tratava de uma quadrilha que movimentava muita droga e dinheiro", diz o delegado. Os presos vão responder por associação ao tráfico e formação de quadrilha.

Operação desarticulou maior entreposto de drogas no estado

Um apartamento do conjunto habitacional Amarelinho, em Irajá, era usado por traficantes como refinaria de cocaína. Em operação desencadeada nesta segunda-feira, a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) desarticulou uma quadrilha que fazia do local um dos maiores entrepostos de drogas do estado atualmente. Para se ter uma ideia da movimentação da quadrilha, o delegado Márcio Braga informou que o bando vendia 120 kg de cocaína por semana, o que significa um faturamento de R$ 800 mil. Sete mandados de prisão foram cumpridos nesta segunda, inclusive, de dois suspeitos que já cumpriam pena no Complexo Penitenciário de Gericinó.

Polícia investigou a quadrilha durante sete meses e cosneguiu prender sete acusados de tráfico na ação de ontem. Dois continuam foragidosAlexandre Vieira / Agência O Dia

As investigações apontam que a droga era repassada para sete comunidades da Baixada Fluminense e Zona Norte do Rio. A delegacia começou a apuração após sete meses de levantamento sobre bandidos que usaram um maçarico para roubar dinheiro de um caixa eletrônico, em Imbariê, Duque de Caxias. A cocaína vinha da Bolívia. Quando chegava ao Amarelinho, era refinada e distribuída para as comunidades Furquim Mendes, Dique, Kelson, Pica-pau, Cidade Alta, Parque União e Parque das Missões. “A quantidade de drogas era tão grande, que vendiam para diversas facções”, ressaltou o delegado.

Leandro Souza da Silva, o Buda, apontado como chefe do tráfico do Parque União, na Maré, e o seu braço direito Tiago Gomes Fernandes, o TH, já estavam presos, mas continuavam participando do esquema. Segundo o delegado, foram encontradas diversas anotações do tráfico e um celular na cela de Buda. O delegado afirmou que ambos se comunicavam através de mensagens de texto com Rafael de Souza Santos, o Mingau, apontado pela polícia como o principal distribuidor de cocaína do estado. O acusado foi preso nesta segunda ao lado da mulher, Thayane de Oliveira, sua ajudante na venda das drogas que abasteciam as favelas.

Arte mostra o caminho da droga que vinha da Bolívia para o RioArte O Dia

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que para tentar coibir a entrada de materiais ilícitos, todas as unidades prisionais contam com procedimentos de revista com o auxílio de equipamentos de segurança, como detectores de metais de vários tipos e aparelhos de Raio-X de bagagem. Além disso, a Seap afirma que possui câmera usada para revistas no chão e em paredes.

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