Por felipe.martins

Rio - As apreensões de armas aumentaram 11% no estado, entre janeiro e maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2014. O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou balanço que mostra que as polícias recolheram 3.989 armas de fogo nestes cinco meses, 81% delas, pistolas e revólveres. O estudo revela a crise de segurança na área do 41º BPM (Irajá), que responde por Pavuna, Vicente de Carvalho e Costa Barros, onde estão os complexos da Pedreira e Chapadão — atualmente a região mais perigosa da cidade. Dos 174 fuzis apreendidos, 51 foram pegos nessas localidades, o que representa quase 30% de todo o estado.

“Se por um lado é positivo que a polícia esteja motivada e apreendendo armas, a quantidade de fuzis em território tão restrito é assustadora. É um desafio para a inteligência da polícia e, tanto a comunidade como os homens do batalhão estão em risco”, avaliou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel PM de São Paulo José Vicente da Silva.

Clique sobre a imagem para a completa visualizaçãoArte O Dia

Para se ter uma dimensão do abismo entre a área do 41º BPM e outras, no 15º BPM (Duque de Caxias), o número de fuzis apreendidos foi de sete. Na região de Bangu (14º BPM), onde o confronto entre tráfico e milícia levou ao aumento de armamento pesado, segundo investigações da Polícia Civil, no período analisado, houve 19 fuzis recolhidos.

Para o coronel José Vicente, o fuzil é arma de guerra. “Ele serve para imposição de poder, conquista de território. Por isso não é tão comum em São Paulo, por exemplo, onde não há disputa de facções. Já a grande quantidade de pistolas e revólveres é compreensível e habitual, pela facilidade de o bandido adquirir esse tipo de arma e transportá-la, o que com o fuzil é difícil”, explica o coronel.

Segundo o estudo do ISP, em relação a estas armas curtas, este ano, de janeiro a maio, foram apreendidos por dia, no estado, 10 pistolas e 11 revólveres. São Gonçalo aparece na liderança de apreensões deste tipo mais comum de armamento, segundo o ISP. Foram 242 armas recolhidas. A apreensão de pistolas cresceu 35% nos cinco primeiros meses deste ano quando comparado com os cinco primeiros meses de 2014. Já os fuzis tiveram um aumento de 51% no mesmo período, ou seja, 59 armas a mais recolhidas.

“As autoridades falam que o Rio não fabrica fuzis e isso está correto. O problema está nas fronteiras, mas a fronteira do Rio é muito pequena se comparada com outros estados maiores e não é fiscalizada. Isso é responsabilidade das autoridades”, critica José Vicente.

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