Por paulo.gomes

Rio - Entregue pela prefeitura há dez dias, o condomínio Residencial Guadalupe, do Programa Minha Casa Minha Vida, na Zona Norte, virou alvo de criminosos novamente. Moradores relatam que traficantes voltaram a tomar o local pela segunda vez desde novembro do ano passado. Imagens de homens em atitudes suspeitas foram flagradas nesta sexta-feira pela TV Globo. O conjunto é composto por 240 apartamentos, que já foi ocupado por cerca de 200 famílias.

Conjunto Residencial Guadalupe foi entregue aos moradores no final do mês passadoCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

De acordo com os moradores, o local é usado como ponto de venda de drogas e só entra no condomínio quem os criminosos permitem. Ao perceberem que estavam sendo observados pelo helicóptero da TV, alguns bandidos caminharam para uma área de mata e se esconderam. Eles construíram buracos nos muros do condomínio para facilitar a circulação e a fuga. Alguns levavam armas e rádios. 

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O comandante do 41º BPM (Irajá), tenente-coronel Marcos Netto, disse que as imagens foram uma “surpresa desagradável” e negou que o condomínio tenha sido tomado por bandidos. “Eles são da comunidade Gogó da Ema, próximo ao Chapadão (em Costa Barros), e estão utilizando a abertura de muros para facilitar seus deslocamentos pelo conjunto. Usam o local apenas por passagem. Não houve invasão”, afirmou o comandante.

O oficial ressaltou ainda que, por duas vezes nesta sexta-feira, equipes do batalhão estiveram no local e não encontraram criminosos. “Não vamos basear viaturas no condomínio, apenas intensificar o patrulhamento diário e em vários horários. Se recebermos denúncias de invasão, agiremos de outra forma”, garantiu.
Pelas redes sociais, moradores relataram ameaças. “Bandidos quebraram muro, no condomínio da Fernando Lobo, moradores apavorados. É com tristeza que venho dizer bandidos no condomínio”, relatou uma internauta.

A prefeitura informou que já comunicou o fato à polícia. Já a Caixa Econômica Federal avisou que “todas as denúncias envolvendo práticas ilícitas (tráfico, violência e milícia), no âmbito de programas habitacionais instituídos pela União, são diretamente encaminhadas ao Ministério da Justiça, conforme previsto na portaria interministerial 647/2014.”

O condomínio foi invadido por 200 famílias em novembro, quando as obras já estavam em fase de conclusão, e foi alvo de reintegração de posse determinada pela Justiça.
Na época em que ficou ocupado, bandidos armados eram vistos no conjunto habitacional e nas proximidades, onde também fica a Favela Final Feliz.

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