Por felipe.martins

Rio - O pedido de renovação política, presente em todos os protestos desde junho de 2013, dificilmente será atendido nas disputas eleitorais de 2016 nos 13 municípios da Baixada Fluminense e nas cidades de Niterói e São Gonçalo. A um ano e três meses das eleições para prefeitos, desenham-se os mesmos nomes e grupos políticos, que disputarão os 3,6 milhões de eleitores espalhados pelas 15 cidades.

Maior colégio eleitoral do estado, atrás apenas da capital fluminense, São Gonçalo tem como novo até agora apenas a possível mudança de legenda do prefeito e pré-candidato à reeleição, Neilton Mulim, hoje no PR, de Anthony Garotinho. Segundo apurou O DIA, o prefeito estuda migrar para o PMDB do governador Luiz Fernando Pezão. “Se ele quiser, será bem recebido”, diz Jorge Picciani, presidente regional da sigla.

Confirmada a mudança, nomes conhecidos na cidade, como a ex-deputada Graça Matos e o deputado Rafael do Gordo, ambos do PMDB, ficarão de fora da disputa. Outro pré-candidato é o comunista Adolpho Konder, atual subdiretor-geral de Informática da Assembleia Legislativa (Alerj), também aliado de Picciani.

Clique sobre a imagem para a completa visualizaçãoArte O Dia

A triangulação em São Gonçalo — bem como o cenário em outras cidades — pode ser alterada, se aprovada no Congresso a reforma política com a possibilidade de deputados mudarem de partidos, sem serem punidos com a perda de mandato. Atualmente só prefeito, governador, senador e presidente trocam de legenda pela qual foram eleitos, sem sofrer punição.

Na vizinha Niterói, a história é a mesma — além de serem também os mesmos candidatos. Os três primeiros colocados na disputa de 2012 — Rodrigo Neves (PT), Felipe Peixoto (PDT) e Flávio Serafini (Psol) — já se preparam para retornar ao páreo.

Com a máquina municipal nas mãos, o prefeito Rodrigo Neves tem conversado com lideranças peemedebistas para esvaziar a pré-candidatura de Peixoto, secretário estadual de Saúde. Tem conseguido. Das lideranças, o secretário garantiu ao seu lado apenas Pezão, de quem quase foi vice, no ano passado.

Em Nova Iguaçu, os senadores Lindberg Farias (PT), duas vezes prefeito da cidade, e Marcelo Crivella (PRB), ambos derrotados na corrida ao Palácio Guanabara em 2014, prometem se empenhar para eleger seus pupilos. O vereador Carlos Ferreira (PT), o Ferreirinha, e a deputada federal Rosângela Gomes (PRB) serão concorrentes do peemedebista Nelson Bornier, que tentará a reeleição. O fato de pertencer ao mesmo partido de Pezão será explorado.

Ao contrário da vizinha, Duque de Caxias terá dois pré-candidatos aliados do governador. Tanto o atual prefeito, Alexandre Cardoso, filiado recentemente ao PSD, quanto o peemedebista Washington Reis, deputado federal, esperam que, se não houver engajamento, haja a neutralidade de Pezão.

Em Belford Roxo, antes adversários, os deputados Marcio Canella (PSL) e Waguinho (PMDB) se uniram contra a reeleição de Dennis Dauttmam (PCdoB). Já a disputa em Japeri, Paracambi e Seropédica será travada entre afilhados políticos dos atuais prefeitos contra ex-integrantes do staff municipal.

Em terra do ‘Aezão’, PMDB e PT estudam se juntar

Terra onde nasceu o ‘Aezão’ no Rio — movimento que pregou votos em Aécio Neves (PSDB) e em Pezão —, Queimados, na Baixada, poderá reeditar a dobradinha PMDB e PT no ano que vem. O atual prefeito Max Lemos (PMDB) quer lançar o secretário municipal de Fazenda, Carlos Vilela (PMDB), para sua sucessão, e negocia o apoio do PT para sua chapa. Recentemente, Lemos se reuniu com o presidente estadual do PT, Washington Quaquá, desafeto político do deputado estadual e pré-candidato a prefeito Zaqueu Teixeira (PT). Recebeu a promessa de que um acordo seria possível.

“A tendência é que façamos dobradinha com o candidato do Max”, admite Quaquá, sem especular a cabeça de chapa. “Já fui escolhido pelo diretório municipal como pré-candidato”, afirmou Teixeira, para quem, se o PMDB quiser, tem o vice.

Sandro Matos ainda não definiu quem vai apoiar

Único que não se definiu ainda sobre sua sucessão, Sandro Matos (PDT), de São João de Meriti, estuda o que fazer. O deputado federal Marcelo Matos (PDT), seu irmão, seria o nome natural, mas sua popularidade na cidade é baixa. Marcelo Simão, ligado a Jorge Picciani, disputa a vaga do PMDB com Doca Brazão, afilhado do agora conselheiro do TCE, Domingos Brazão. Em Mesquita, o prefeito Gelsinho Guerreiro (PSC), aliado do governador Pezão, disputará com seu vice, Waltinho Paixão (PRP). E, em Nilópolis, Alessandro Calazans, para se reeleger, terá de enfrentar seus dois adversários numa única chapa, Farid Abraão (PTB) e o deputado Simão Sessim (PP).

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