Por felipe.martins

Rio - Com o aumento do roubo de caixas automáticas, comerciantes estão desistindo de manter os equipamentos em seus estabelecimentos. De 11 empresários ouvidos ontem pelo DIA, oito resolveram retirar os caixas de suas farmácias, papelarias e padarias, ainda que isso signifique algum prejuízo na arrecadação do comércio.

O Sindicato dos Frentistas do Rio também defende o fechamento dos caixas instalados nos postos de gasolina, vítimas recorrentes de assaltos. O diretor Isaias Albuquerque teme pela segurança de clientes e profissionais. “Os ladrões estão usando explosivos para implodir os equipamentos. Imagine o perigo de uma explosão dessas num lugar cheio de combustível como um posto de gasolina.”

O gerente de farmácia Gilberto quer retirar o caixa por medo de rouboCarlos Moraes / Agência O Dia

Só no último final de semana, cinco caixas foram roubados. No domingo, um foi implodido com granada e outro, com dinamite. De janeiro a maio, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP) 17 casos foram registrados. A maioria dos crimes aconteceu na Região Metropolitana, onde há carência de estabelecimentos bancários. Procurada para informar quantos pedidos de retirada dos equipamentos foram solicitados, a empresa TecBan, responsável pelos caixas 24 horas, não se pronunciou.

VÍTIMAS

Gilberto Santos, gerente da farmácia Sempre Mais, é um dos que já desistiu do equipamento. Segundo ele, na filial da Estrada da Posse, em Santíssimo, bandidos usaram um maçarico para tentar roubar dinheiro da máquina. O dono de uma mercearia em Rocha Miranda, que pediu para não ser identificado, também vai retirar o caixa por medo de assalto.

Já Ana Gláucia Pereira, de 40 anos, dona de uma papelaria em Santíssimo, não vai se desfazer do caixa eletrônico de seu estabelecimento. Mesmo receosa, ela não quer perder os cerca de 25% de clientes que compram produtos em sua loja devido à máquina ali. “Não vou tirá-lo, mas coloquei várias câmeras de segurança”, contou.

Shirlei de Souza passou o dia de ontem calculando o prejuízo para a reconstrução de seu estabelecimento, atacado domingo. “Foram mais de R$ 400 mil de prejuízo”, contou. “Não são quadrilhas especializadas, são amadores que não conseguem utilizar os explosivos”, disse o delegado da Roubos e Furtos (DRF), Márcio Braga.

Reportagem de Athos Moura, Eduardo Ferreira e Vinícius Amparo

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