Por nicolas.satriano

Rio - Desaparecido desde o último domingo, o ator e produtor cultural Adriano da Silva Pereira, de 33 anos, foi encontrado morto na segunda-feira em um córrego na Estrada do Cabuçu, em Queimados, na Baixada Fluminense. De acordo com parentes que fizeram o reconhecimento no Instituto Médico Legal (IML), o corpo da vítima apresentava perfurações parecidas com facadas e marcas de espancamento por diversas partes. Familiares acreditam que o crime tenha sido cometido por homofobia.

Adriano, que foi enterrado ontem no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, havia saído de casa, no bairro Santa Maria, em Belford Roxo, no domingo à noite para dar uma volta. Familiares realizaram campanha na internet para encontrá lo. Seu corpo foi encontrado na segunda-feira em uma espécie de vala, a quase 35 quilômetros ou cerca de uma hora e meia de carro de onde morava.

Mazé Mixo%2C amigo de Adriano%3A 'Ele chamava a atenção sem querer. Era uma pessoa sensacional' Divulgação

"A gente sempre fica com essa frase na cabeça: 'ele não merecia'. E não merecia mesmo. A questão geral da homofobia não é somente a morte, é a vida. Meu irmão nunca chegou a se abater pelos insultos que ouvia na rua. Como sociedade, a gente não aceita o diferente. É preciso, sim, discutir ecriminalizar essas atitudes", disse com a voz embargada o amigo, candomblecista e irmão de fé de Adriano, o fotojornalista Mazé Mixo, 31.

Com a presença de mais de 400 pessoas, amigos e parentes se despediram da vítima sob forte comoção. Para os mais próximos, não há outra explicação para o crime que não a relação com um ato homofóbico, já que Adriano, que era do grupo Tambores de Olokun, adepto do candomblé e um dos fundadores do Brechó Dona Pavão, "não escondia sua opção sexual".

"Como ele estava com vários hematomas no rosto, não resta dúvida pra gente que não houve queda ou acidente: foi intolerância mesmo, crime de ódio. Ele não tinha inimigos e estava solteiro, por isso também não acreditamos em outras versões. Como a pessoa que espalhava o amor pode ser vítima de tanto ódio", questionou o amigo Diego Bion.

A Delegacia de Homicídios (DH) da Baixada Fluminense investiga o caso. Parentes e amigos foram chamados para depor.

Vítima não escondia orientação sexual

Para os mais próximos, não há outra explicação para o crime que não a relação com um ato homofóbico, já que Adriano, que era do grupo Tambores de Olokun, do candomblé, e sócio do Brechó Dona Pavão, “não escondia sua opção sexual.”

“Como ele estava com vários hematomas no rosto, não resta dúvida de que não houve queda ou acidente: foi intolerância mesmo, crime de ódio. Como a pessoa que espalhava o amor pode ser vítima de tanto ódio?”, questionou o amigo Diego Bion.

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