Rio - Como em 1993, quando houve clamor popular para que Romário defendesse o Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo, o senador afirmou nesta quarta-feira ao DIA que há um desejo dos cariocas em vê-lo candidato à prefeitura do Rio em 2016. Ele confirmou estar “animado” para concorrer e disse ser “bem provável” que se lance à sucessão de Eduardo Paes (PMDB) no ano que vem.
“Vendo as pesquisas que colocam meu nome em segundo lugar, significa que eu estou com pelo menos 50% de chance de ganhar. E onde eu tenho 50% de chance, eu disputo”, enfatizou o senador, em referência ao levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas e divulgado pelo DIA. Marcelo Crivella (PRB) aparece em primeiro, com o ex-jogador em segundo.
Em janeiro, Romário e Pedro Paulo, secretário executivo de governo e candidato preferido de Eduardo Paes, ensaiaram um acordo para caminharem juntos no pleito. “O apoio dele seria um sonho para qualquer candidato”, afirmou, animado, Pedro Paulo na época.
Nesta quarta-feira, Romário deixou o acordo aberto e falou que, a depender do cenário, não está descartada uma composição, mas com Pedro Paulo como seu vice. “Eu tenho uma relação muito boa com o prefeito, automaticamente com o Pedro Paulo também. Não está descartado que eu não concorra para apoiar ele também. A política é muito dinâmica. Lá na frente, porque o Pedro Paulo não pode me apoiar?”, insinuou Romário. “Viabilizar uma campanha não é fácil. É necessário formar um grupo. Quem ditará se eu serei candidato é o povo”, adiantou o Baixinho.
Recém-eleito presidente da terceira CPI que irá investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nos últimos 15 anos, Romário promete que o fim no Senado, desta vez, será diferente. “Essa sacanagem no futebol brasileiro vai acabar. Vamos tirar da reta todos os que não prestam e moralizar o futebol”, prometeu o senador.
Em 2001, o então (e atual) presidente do Vasco da Gama, o ex-deputado federal Eurico Miranda, foi um dos alvos da CPI que investigou irregularidades no futebol em CPI realizada na Câmara dos Deputados. Próximo do mandatário vascaíno, o senador garante que não hesitará em abrir investigação contra qualquer amigo. ". "Quem estiver na relação de ser investigado será investigado. Independentemente da amizade que tenho com qualquer um, vou fazer uma CPI séria, e isso significa colocar para falar aqui no Senado quem precisa dar uma resposta ao povo", garantiu.
Os alvos da CPI, entretanto, são José Maria Marín, ex-presidente da CBF que está preso na Suíça, o atual comandante da entidade Marco Polo Del Nero e o alvo predileto do Baixinho: Ricardo Teixeira. Entre 2011 e 2012, porém, o senador deu um voto de confiança aos cartolas e chegou a dizer que "não tinha nada contra" Teixeira. Chegou, ainda, a posar para fotos com José Maria Marín.
"Marín veio à Comissão de Esporte e prometeu mudar o futebol, com ações objetivas e rápidas. Disse que a CBF iria olhar o futebol feminino, as categrias de base e mudar a organização do calendário do futebol masculino profissional. Mas não fez p. nenhuma disso, voltamos para estaca zero e o futebol só anda para trás", justificou o senador. ,
Ele também comentou a aprovação da chamada 'MP do futebol', medida provisória aprovada na Câmara e no Senado, que depende de sanção presidencial para virar lei. O projeto refinancia as dívidas dos clubes de futebol com a União - que giram em torno de R$ 4 bilhões - mudam as regras de gestão e prevê punições para clubes que descumprirem o estabelecido no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profute).
"Não sei o que Dilma vai fazer. A MP tem bons pontos, mas a lei tem que ser para todos, não apenas para quem aderir ao Profute. Alguns pontos também me parecem ser inconstitucionais", resumiu.
Crivella admite aliança com o Baixinho
Candidato derrotado ao governo do Estado do Rio em 2014, Marcelo Crivella ficou entusiasmado com os números divulgados pelo DIA. De acordo com o levantamento, ele está na frente, empatado com Romário no limite da margem de erro, que é de 3,5%. Crivella tem 32,2% e o Romário em 27,6%.
O senador do PRB ainda abriu margem para uma composição futura com o ex-melhor jogador do mundo. “Fiquei muito feliz com o resultado da pesquisa e agradeço o povo da minha terra. Animou-me também os números do Romário e espero que nossos partidos estejam juntos nessa luta”, afirmou o senador, o único pré-candidato lançado oficialmente para concorrer à sucessão de Paes.
Atrás dos senadores que estão na dianteira da pesquisa, está o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), o mais votado das últimas eleições, com 13,2%. Em seguida vem a deputada federal Clarissa Garotinho (PR), com 6,5%.
O preferido do prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo (PMDB), tem apenas 3%. Atrás dele aparecem o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei Bernardinho (sem partido), com 2,3%. Por fim, vêm os deputados federais Alessandro Molon (PT), com 2%, e Índio da Costa (PSD) com 1,2%.
Ricos preferem o ex-jogador
O estudo do Instituto Paraná Pesquisas indicou Romário como o preferido entre os mais ricos e os com mais escolaridade. Segundo o levantamento, o Baixinho tem 27,9% dos votos das classes A e B, e 28,3% da preferência dos que declararam ter Ensino Superior completo.
O candidato do PRB aparece em segundo lugar entre os mais ricos (22,2%) e atrás do deputado estadual Marcelo Freixo entre os com mais escolaridade. O psolista tem a preferência de 24,9%, enquanto o candidato derrotado ao governo do estado em 2014 conta com 16,7% da preferência do eleitorado
O senador do PR lidera entre os eleitores mais jovens, os mais velhos e as mulheres. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, Crivella tem a preferência de 31,4% do eleitorado, próximo dos 31,7% maiores de 60 anos que lhe declararam apoio. Das mulheres, 34,8% disseram que votariam nele. Romário conta com 23,5%. Freixo é o segundo entre os com mais escolaridade (24,9%) e está perto de Romário nos mais jovens (24,3%).