Por felipe.martins

Rio - Os números da dengue no Rio de Janeiro em 2015 colocaram em alerta as autoridades de saúde pública, com vistas ao próximo verão. Somente neste ano já foram notificados 48.797 casos suspeitos da doença em todo o estado, segundo a Secretaria estadual de Saúde. São nada menos que seis vezes o registrado nos 12 meses de 2014, quando 7.819 casos foram notificados.

O número de mortos, de janeiro a julho deste ano (15), segundo o Ministério da Saúde, já é superior ao total registrado no ano passado, quando 10 óbitos foram registrados. O órgão estadual, no entanto, confirma apenas 10 mortes também este ano. “Isto é um prenúncio de epidemia no verão. Nas outras vezes que tivemos tantos casos assim nesta época no ano, sofremos no período mais quente”, explicou o infectologista Edimilson Migowski, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O infectologista Edimilson Migowski teme que o aumento da dengue no inverno tenha reflexos no verão Carlo Wrede / Agência O Dia

O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, também admite o problema. E pede o apoio da população, sobretudo nas cidades de Campos dos Goytacazes e Itaperuna, onde houve epidemia de janeiro a maio. E ainda há um grande índice de transmissão da doença. Macaé, Rio das Ostras e Saquarema também estão sendo monitoradas.

“A dengue se comporta de maneira cíclica. É pouco provável que a gente tenha uma grande epidemia, mas provavelmente teremos epidemias localizadas”, explica Chieppe. A solução para o problema é conhecida pela população: evitar água parada. É a forma mais eficaz de combater o mosquito transmissor. “Cerca de 80% dos criadouros se dá na casa das pessoas. Então, é muito mais um problema de cada um de nós do que do governo. Todo mundo tem que fazer a sua parte”, explica Edimilson Migowski.

Pílula contra o mosquito

A pesquisadora Elisabeth Sanchez, da Fiocruz, desenvolvou após anos de estudo um comprimido que se dissolve na água e libera microorganismos que intoxicam a larva do mosquito da dengue.
O produto será colocado no mercado pela empresa BR3, mas somente após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que não deve acontecer até o próximo verão. É possível, no entanto, que já esteja disponível para prefeituras de todo o país.

Aedes aegypti%3A Fiocruz desenvolveu pílula que combate o mosquito Banco de imagens

O composto, colocado em um recipiente com água, inviabiliza o criadouro do mosquito por um período de 60 dias. E segundo a pesquisadora, é inofensivo a humanos.

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