Por nicolas.satriano

Rio - A presidenta Dilma Rousseff teve uma dia de alívio, nesta sexta-feira, em Maricá, na Região Metropolitana no Rio, onde entregou as chaves de 2.932 unidades habitacionais do Conjunto Minha Casa, Minha Vida. Em meio à crise econômica e ao clima de instabilidade política no país, Dilma foi recebida por milhares de pessoas e se sentiu em casa aos gritos de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma".

O prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT) preparou uma surpresa para a presidenta, batizando os conjuntos habitacionais com nomes de dois de seus ex-companheiros na luta contra a ditadura militar: Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, (1.460 unidades) e Carlos Marighella (1.472 unidades).

“É bom a gente olhar para o passado, para as pessoas que lutaram para a gente chegar onde chegamos. Porque quem é contra a presidenta são as mesmas pessoas que gostavam do povo vivendo na senzala. Hoje o povo tem casa, tem acesso à universidade pública, anda de avião. Na época deles, era preciso fazer campanha Natal Sem Fome porque o povo passava fome. Em treze anos nós erradicamos a fome neste país”, disse Quaquá.

Dilma é aplaudida durante cerimônia em MaricáBruno de Lima / Agência O Dia

Emocionada, a presidenta agradeceu a surpresa feita por Quaquá, ao moradores de Maricá pela recepção e lembrou que Marighella “não era só lutador, mas uma grande pessoa humana”. Sobre Beto, seu amigo particular, Dilma, emocionada, disse que o ex-guerrilheiro foi “um irmão na juventude”.

“Lutamos juntos, queríamos um país em que as pessoas tivessem voz, vez, e sobretudo tivessem sua casa própria. Por isso me sinto mais que honrada, me sinto emocionada. Estar aqui toca lá no fundo do meu coração, porque me faz lembrar de toda a minha juventude”, disse a presidenta.

Dilma Rousseff garantiu, também, a continuidade do programa habitacional que é uma das marcas de seu governo e afirmou que o “Minha Casa, Minha Vida” é fundamental não apenas para as famílias beneficiadas, mas para o país voltar a crescer.

"Ficam falando assim: 'estamos passando algumas dificuldades econômicas, o programa vai acabar'. Vou explicar para vocês por que não vai: primeiro porque é importante para o povo brasileiro, para aquela parte que não tinha oportunidades, para quem ninguém olhou. Mas não vai acabar também por outro motivo: porque, além de a gente construir casa, a gente cria emprego. Quando você vai fazer uma casa, precisa de tijolo, areia, cimento, alumínio. Cada uma dessas partes também contratou pessoas, criou empregos, pagou salários, gerou renda e fez a roda girar, a roda da economia girar", disse Dilma.

Prefeito de Petrópolis pede ajuda

A promessa da presidenta Dilma de dar prosseguimento ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, contrastou com a visita do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), que desceu a serra para pedir por sua cidade, na região serrana do Rio.

Acompanhado do secretário de Habitação do município, Jorge da Silva Maia, Bomtempo lembrou que dois conjuntos habitacionais prometidos para a cidade estão parados.

No bairro Carangola, o conjunto que atenderia 760 famílias está com as obras paralisadas desde janeiro. Até o momento, apenas 15% foram executados.

Já no bairro Caititu, a prefeitura adquiriu um terreno para a construção de outro conjunto, para 720 famílias, mas a obra nem iniciou por falta de liberação por parte do Ministério das Cidades.

“Fizemos um esforço grande para adquirir o terreno, que agora está lá, sem utilidade, esperando apenas o início das obras. Temos todas as licenças, está tudo certinho. Esperamos que a presidenta olhe com carinho por nós aqui também” disse Jorge Maia.

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