Por bianca.lobianco

Rio - Nesta quarta-feira começa a contagem regressiva de um ano para o início dos Jogos de 2016, em 5 de agosto. Serão 31.557.600 segundos, 525.960 minutos, 8.766 horas, 365 dias ou 52 semanas para que todas as obras olímpicas na cidade sejam concluídas. Segundo o secretário de governo da prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, 55% das instalações esportivas dos Jogos estão prontas ou sendo adaptadas atualmente. Ou seja, quase metade ainda resta ser executada nesses 12 meses.

O ritmo das obras está mais acelerado a cada dia. Em julho de 2014, a dois anos da competição, apenas 24% das obras estavam adiantadas. Pedro Paulo afirma que os trabalhos seguem como previsto no cronograma. “No Parque Olímpico, infraestrutura implantada em uma área de 1,18 milhão de metros, todas as instalações estão com o formato definido. No Complexo Esportivo de Deodoro, a situação também é positiva.”

O Parque Olímpico será o coração das competições%2C com 16 modalidades esportivasCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Fora dos locais de competição, a preocupação do carioca, que enfrenta os transtornos causados pelo quebra-quebra na cidade e o início dos eventos-teste, é com as obras que poderão melhorar a vida da cidade quando atletas e turistas forem embora.

Um deles é a Linha 4 do metrô (Ipanema – Barra da Tijuca), do governo estadual e considerado o maior legado em transporte para a população. O relatório da última auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) alerta que as obras da Linha 4 correm “alto risco” de ficarem incompletas e que qualquer novo atraso será crucial para que ela não funcione antes dos Jogos. Também já foi anunciado que a Estação Gávea só será concluída em dezembro do próximo ano. O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, nega que haja atrasos.

“Chegamos à marca de um ano para a Olimpíada otimistas com o legado para a Região Metropolitana. O maior volume dos projetos para os Jogos está sendo em melhorias na mobilidade. O cronograma da Linha 4 está dentro do prazo, com a chegada do tatuzão à estação Jardim de Allah 40 dias antes do previsto. Confirmamos a entrega em 1º de junho de 2016”, assinala.

Outro problema apontado pelo TCE, na ocasião, foi a complexidade das reformas das estações da SuperVia próximas aos locais de competições. “As maiores obras, nas estações de São Cristóvão, Engenho de Dentro e Deodoro, estão com bom andamento. Já as que demandam intervenções de menor porte começarão a ser executadas até o fim do ano. É o caso de Magalhães Bastos, Vila Militar e Ricardo de Albuquerque. Todas estarão prontas até abril do ano que vem e irão beneficiar muito as pessoas que andam de trem todos os dias”, conta Osorio.

O secretário Pedro Paulo Carvalho garante que as mudanças na cidade são o foco principal das obras em andamento. “O projeto olímpico é baseado em legado, economia de recursos públicos e construção de equipamentos esportivos que não virem elefantes brancos, afirma.

Voluntários Olímpicos: Ainda dá tempo para se inscrever

Quem quiser ser voluntário nos Jogos de 2016 ainda pode se candidatar na lista de espera que está no site rio2016.com. O comitê organizador já recebeu mais de 240 mil inscritos. Serão escolhidos 70 mil — 45 mil para as competições olímpicas e 25 mil para as paralímpicas.

Os cargos mais requisitados atualmente são os de motorista (é necessário ter apenas a carteira B) e profissionais da área da saúde. Os interessados em trabalhar como funcionários podem consultar as vagas disponíveis no site. Ao todo, há nove áreas de atuação que se dividem em mais de 500 funções distintas.
Os voluntários estarão envolvidos em praticamente toda a operação dos Jogos, com exceção de segurança, limpeza, alimentos e bebidas e logística. Alguns vão atuar no doping, no acompanhamento de delegações e na área de tecnologia. Todos os 70 mil entrarão em fase de treinamento até fevereiro.

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) estima que até 400 mil estrangeiros virão para o Brasil durante os Jogos Olímpicos, que terão 42 modalidades esportivas, com mais de 10 mil atletas e 205 países presentes. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, o Rio vai saltar dos 28 mil quartos que tinha em 2009 para 61 mil em 2016.

Qualidade das águas cariocas é ponto fraco

O calcanhar de Aquiles dos Jogos parece mesmo ser a qualidade das águas onde atletas disputarão provas náuticas e de natação no mar. Teste realizado por universidade americana mostrou, na semana passada, a presença de diversos vírus que ameaçam a saúde dos atletas. Apesar de já ter reconhecido que a promessa de tratar 80% do esgoto jogado na Baía de Guanabara não será cumprida até os Jogos, o governo estadual nega que haja riscos aos competidores. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pelas análises, informou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) só determina testes bacteriológicos para definir a balneabilidade, e que, nestas análises, os locais de competiçã<MC>o estão aprovados.

Outra questão que preocupava autoridades era o Complexo Esportivo de Deodoro, que será sede de 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas. Entretanto, a prefeitura, que coordena as obras, com recursos federais, alega que o cronograma já foi regularizado no local.

Outras promessas da prefeitura são começar a operar todas as linhas do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) do Centro até agosto de 2016. Já o Lote Zero do BRT Transoeste e a Transolímpica devem funcionar a partir de maio.


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