Por marcello.victor
O taxista ficou por uma hora e meia em poder dos bandidos e foi libertado na Linha AmarelaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Rio - Um taxista foi feito refém por dois jovens armados na Lapa, no fim da noite de sexta-feira, e que cometeram vários assaltos na Zona Norte do Rio. O taxista ficou por uma hora e meia em poder dos bandidos e foi libertado na Linha Amarela, na altura da Vila do João, no Complexo da Maré, para onde a dupla fugiu. Ele nada sofreu, mas peregrinou por quatro delegacias durante a madrugada deste sábado até conseguir registrar o caso na 5ª DP (Gomes Freire), no início da manhã. Segundo o motorista, policiais alegaram que o sistema estava fora do ar.

De acordo com a vítima, dois jovens de boa aparência, bem vestidos e de cerca de 20 anos, pediram uma corrida na Avenida Mém de Sá, local de grande concentração de bares no boêmio bairro da Lapa, com destino a Copacabana, na Zona Sul. Pouco depois de embarcar, eles solicitaram a mudança do itinerário para Madureira, na Zona Norte. Ao questionar a dupla, o taxista foi rendido por um deles, armado com uma pistola. Ele teve R$ 480 e dois telefones celulares roubados.

Os criminosos determinaram ao motorista o itinerário a ser feito até a Zona Norte. Na Avenida Presidente Vargas, no Centro, eles praticaram o primeiro roubo. Dois homens que estavam em um ponto de ônibus foram rendidos e tiveram mochilas e celulares levados. Durante o trajeto pela Rua 24 de Maio até Quintino, eles roubaram pelos menos outras dez pessoas, segundo o taxista. A dupla determinou que ele atravessasse o viaduto do bairro e seguisse para a Vila do João.

Segundo a vítima, durante o trajeto, os bandidos não fizeram novas abordagens. Eles foram avaliando o que tinha sido roubado e jogando pela janela do táxi o que não interessava. Os dois desembarcaram na Linha Amarela e fugiram para o interior da Vila do João. A pedido da vítima, os bandidos devolveram o celular da cooperativa a qual ele pertence e R$ 15 para que ele abastecesse o veículo a gás.

Assustado e tendo que trabalhar mais tarde, o taxista seguiu para a Zona Oeste, onde mora, a fim de registrar a ocorrência em alguma delegacia da região. Ele procurou inicialmente a 34ª DP (Bangu) e a 35ª (Campo Grande), mas o sistema estava com problemas. Quando voltava foi abordado por policiais militares. Eles já tinham informações pelo sistema da PM sobre a atuação de um táxi praticando roubos. Aconselhado pelos PMs a tentar fazer o registro e com medo de ser novamente abordado e preso, ele passou pela 23ª DP (Méier), sem sucesso, antes de seguir para a 5ª DP, delegacia da região onde ocorreu a abordagem dos criminosos.

"Não sei se hoje ocorreu algo atípico, mas todas as delegacias que fui estavam com o sistema de registro de ocorrência fora do ar. Agora que consegui aqui na 5ª DP, mas vou ter que esperar a perícia do Instituto Félix Pacheco no carro para ir embora", lamentava às 7h10 na porta da delegacia da Lapa.

O taxista relembrou os momento de medo que viveu por ter que dirigir para a dupla durante os roubos. "Já tinha sido assaltado, mas não numa situação de ser levado pelos bandidos. Não sei precisar quantas pessoas eles roubaram. Entre 10 e 15. Estava dirigindo na tensão, com medo de alguém que tinha sido roubado avisar a polícia, passar uma viatura e trocar troca de tiros com eles. Fui ameaçado, claro. Mas eles estavam tranquilos e procurei manter a calma também.

A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

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