Por paulo.gomes

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra o ex-comandante de Operações Especiais da Polícia Militar, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira. Ele foi preso em setembro do ano passado, durante a Operação Amigos SA. Além dele, foram denunciados o ex-subcomandante do 14ºBPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P2 do 14ºBPM, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do 14ºBPM, major Edson Alexandre Pinto de Góes; e as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do coronel Fontenelle. Todos são acusados pelo crime de lavagem de dinheiro.

Coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira (cabeça raspada)%2C ex-comandante do COE%2C foi denunciado nesta terça-feira pelo Ministério PúblicoDivulgação / Vivian Fernandez / MPRJ

A denúncia do MP aponta que o coronel Fontenelle é o proprietário de dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa localizada numa área nobre do município de Búzios, na Região dos Lagos. Um dos apartamentos, no bairro do Grajaú, está avaliado em R$ 995 mil e está no nome da irmã do oficial. Já o outro imóvel, em Jacarepaguá, está registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão Colchone. Esse está avaliado em R$ 750 mil.

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O coronel Alexandre Fontenelle, de acordo com a denúncia, se envolveu no crime de lavagem de dinheiro três vezes. Com isso, pode pegar pena de reclusão entre três e dez anos, por cada incidência, mais multa. Ainda como desdobramento da Operação Amigos S.A., nesta terça-feira, agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (SSINTE/SESEG), estão cumprindo dez mandados de busca e apreensão em sete endereços do Rio.

Agentes do Gaeco e da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro cumprem nesta terça-feira mandados de busca e apreensãoDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A operação foi deflagrada no dia 15 de setembro do ano passado, denunciando pelo crime de associação criminosa armada, 26 PMs do 14°BPM, dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Além disso, um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação da propina também foi preso. De acordo com as investigações do MP, eles exigiam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão, em Bangu.

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