Por felipe.martins

Rio - Uma câmera de segurança registrou o momento do tiroteio dentro da Ceasa, em Coelho Neto, Zona Norte do Rio nesta segunda-feira. Uma funcionária de uma loja é atingida com um tiro no peito após ter o malote com R$ 59 mil que segurava roubado. Após ser baleada, ela bate com o corpo em um muro, corre com a mão no peito por cinco metros e cai. Um homem ao lado começa a disparar contra os criminosos, que estão do outro lado da rua. Ela e um homem baleado, Antenor da Silva Rios Neto, 54 anos, morreram ainda no local. 

Mulher estava desviada da função

A mulher que transportava o dinheiro da loja Trembão localizada na Ceasa estava desviada da função para a qual havia sido contratada. A denúncia é da irmã da vítima fatal, Joyce da Silva. Segundo ela, Mariane Santos da Silva 24 anos, havia sido admitida para trabalhar como fiscal de caixa, mas vinha fazendo a função de depositar o dinheiro do estabelecimento. Joyce acusa o estabelecimento de negligência ao não oferecer segurança aos funcionários.


"Minha irmã estava com dois seguranças desarmados. Deveriam portar armas ou haver uma escolta para protegê-la. Usaram minha irmã como escudo", acusa. Mariane carregava um malote de R$ 59 mil, levado pelos assaltantes. "O absurdo é que usaram um fusca para o transporte. A função dela é fiscal de caixa, mas, ultimamente, ela vinha fazendo esses depósitos. Acredito que usaram ela porque é mulher para passar batido por bandidos", afirmou.

Mariane deixa uma filha de apenas cinco anos. Ela deve ser enterrada nesta terça-feira, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Ela era moradora da favela Para Pedro, no Colégio. "A gente morou a vida toda em área de risco e nunca aconteceu nada. Minha irmã acabou morrendo longe casa', lamentou a irmã.

Mariane deixa uma criança de apenas cinco anosReprodução Facebook

Advogado da Trembão, Edson Costa disse que ‘havia uma necessidade’ para que ela e um amigo que trabalhava na tesouraria fizessem o depósito, que seria de R$ 18 mil, e que não era uma operação comum.

Pelo menos cinco criminosos participaram do assalto

A morte de duas pessoas em um assalto dentro da Ceasa levou pânico à maior central de abastecimento do estado, em Irajá. Mariane Santos da Silva, de 24 anos, carregava um malote com R$ 59 mil e estava acompanhada pelo motorista, Antenor da Silva Rios Neto, de 54. Eles morreram no local. Mariane era fiscal de caixa da empresa Trembão e depositaria o dinheiro em caixa eletrônico do Bradesco.

Pelo menos cinco criminosos armados de fuzis participaram da ação, por volta das 11h. Houve pânico e correria, com pessoas se jogando no chão ou se escondendo atrás de carros. Os bandidos fugiram em dois veículos. Uma câmera de segurança registrou o tiroteio. O Fusca em que estavam Mariane e Antenor foi interceptado pelo carro dos bandidos no pavilhão 34. É possível ver o momento em que os assaltantes puxam a bolsa de Mariane, dando início a uma intensa troca de tiros com seguranças da Ceasa, que recuam diante do número de criminosos.

A mulher, de blusa amarela, é baleada, assim como Antenor, de branco. Ela bate com o corpo em um muro, corre com a mão no peito por cinco metros e cai. “Da forma como foi, não podemos descartar a possibilidade de uma informação procedente para que isso pudesse ter acontecido”, disse o delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa. Ontem à noite, um sobrevivente do tiroteio, cujo nome ainda não havia sido revelado, prestou depoimento. Três homens, que seriam seguranças da Ceasa, foram detidos por porte ilegal de armas e poderão ser liberados mediante pagamento de fiança.

Segunda maior Central de Abastecimento da América Latina, a Ceasa Irajá funciona há 41 anos no local, e é a responsável por distribuir hortigranjeiros para todo o Estado do Rio. São mais de 600 comerciantes e cerca de 2.500 produtores cadastrados, com média de 50 mil pessoas por dia circulando diariamente no espaço.



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