Por nicolas.satriano

Rio - Em Brasília, a ideia dos deputados é reforçar uma espécie de “código de vestimenta” para impedir principalmente o uso de saias e decotes, a partir de proposta da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ). Mas nas casas legislativas do Rio, o decoro é à carioca: apesar das regras estabelecidas nos regimentos internos da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa (Alerj) para o uso obrigatório de terno e gravata no plenário, não é raro ver parlamentares com visual despojado.

Pelos corredores das casas, assessores, funcionários e visitantes não agem como se estivessem na praia, mas frequentemente optam por trajes menos formais. Enquanto isso, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados discute, ainda sem data para decisão, se irá proibir o uso de tênis com cores chamativas e saias acima do joelho, por exemplo. Durante as sessões de votação, o plenário da Casa e salões adjacentes só podem ser frequentados pelos engravatados.

Chamados para o plenário%2C vereadores apareceram à vontade%2C com camisas dobradas e sem gravataDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

No Rio é diferente. Ontem, durante sessão na Câmara Municipal, um grupo de vereadores usando camisa social com a manga dobrada e sem gravata, saiu de uma sala para marcar presença e não deixar mais uma sessão cair. O presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), havia pedido verificação de quórum para saber se haveria número suficiente de parlamentares para seguir os trabalhos.

“A realidade de Brasília não é a nossa”, afirmou a vereadora Rosa Fernandes (PMDB), que contou ter enviado uma foto à ex-colega Cristiane Brasil com seu ‘look’. “Perguntei, brincando, se a minha roupa estava adequada. Venho aqui desde que meu pai era deputado sempre houve bom senso. Quem vem visitar não vem desarrumado e não tem periguete”, opinou a parlamentar.

Segundo o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), não se discute qualquer proposta de mudança no código de vestimenta. Para Tia Ju (PRB), frequentar a Casa “exige formalidade”. “Se existem regras para os homens, acho justo haver para as mulheres para evitar situações constrangedoras.”

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