Por nicolas.satriano

Rio - Seis meses depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter recebido denúncia contra o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do estado, a Polícia (PF) concluiu pelo arquivamento do processo em que envolve os três peemedebistas na Operação Lava Jato.

O processo, que apura a suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro, está sob os cuidados do ministro Luis Felipe Salomão, do STJ. Ele deve pedir agora parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pode concordar com a sugestão da PF de arquivamento ou dar continuidade às investigações. Depois disso, caberá a Salomão tomar uma decisão. Pezão foi informado anteontem à noite por seus advogados do relatório da PF.

Cabral e Pezão foram acusados pelo delator Paulo Roberto Costa Agência O Dia

O suposto envolvimento dos três peemedebistas na Lava Jato foi detonado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa que, em delação premiada, afirmou ter repassado R$ 30 milhões de caixa dois para a campanha à reeleição de Sérgio Cabral, em 2010.

Baiano

Apontado como o operador do PMDB no esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, fechou acordo de delação premiada para colaborar com as investigações em troca de redução de pena.

O lobista, que foi citado pelo delator Julio Camargo como “sócio oculto” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve continuar preso na PF pelo menos até novembro quando, pelo acordo, pode ser solto.

O acordo prevê, pelo menos, oito temas nos quais Baiano detalhará sua participação no esquema da Petrobras. Entre os temas acordados, está a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. E também a participação de políticos ligados ao PMDB no esquema.Anteontem, o lobista prestou depoimento na sede da PF em Curitiba.

Propina em doações

Em depoimento ontem à Justiça Federal do Paraná, o empresário Augusto Mendonça Neto, presidente da Setal, disse que o pagamento de propina ao PT era feito através de doações oficiais. É o segundo delator da Operação Lava Jato a reconhecer que fez repasses de recursos ilícitos através de doações.

Na semana passada, o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, já havia admitido ter feito a operação.
Segundo Mendonça Neto, a propina para a Diretoria de Serviços da Petrobras foi paga de três formas diferentes: no exterior, com depósitos na conta Maranelle; em doações oficiais ao PT; e em dinheiro vivo, que mandavam retirar em seu escritório. O empreiteiro contou que os depósitos foram feitos por meio do operador Mário Goes, que também assinou acordo de delação premiada.

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