Por nicolas.satriano

Rio - Trinta e cinco anos após a morte da secretária Lyda Monteiro da Silva, vítima da explosão de uma carta-bomba na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio, os parentes da vítima conheceram nesta sexta-feira os nomes dos três militares apontados como autores do ato.

Do trio, o sargento Magno Cantarino Mota, o Guarany, é o único vivo. Ele não estaria protegido pela Lei da Anistia, que exime de culpa militares que cometeram crimes políticos de 1961 a 1979. A explosão da bomba foi em 1980.

Além de Mota, o coronel do Exército Freddie Perdigão Pereira, morto em 1996, e o sargento paraquedista Guilherme do Rosário — que morreu no atentado do Riocentro, em 1981, ano seguinte ao assassinato de Lyda —, também foram identificados em quatro depoimentos de testemunhas dados à Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio) como participantes no crime.

Luiz Felippe (centro)%2C filho da vítima%2C recebeu a notícia com alívioMaíra Coelho / Agência O Dia

Em tese, o crime já teria prescrito por ter ocorrido há mais de 20 anos. No entanto, há um entendimento internacional de que crimes contra a humanidade não prescrevem. A conclusão da apuração feita pela Comissão, que tem o intuito apenas de revelar a história e não de punir, será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá o que

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“É um alívio saber que a impunidade foi excluída. Considero grande punição lançar publicamente estes nomes. É reescrever a verdade”, ressaltou o filho da vítima, o advogado e professor universitário Luiz Felippe Monteiro Dias, de 59 anos.

Segundo as apurações da CEV, Guarany é apontado como a pessoa que entregou a carta com o artefato à vítima. Ele não foi encontrado para comentar. Guilherme seria o fabricante do explosivo; e o coronel Perdigão, o mandante da ação, segundo a Comissão.

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