Por adriano.araujo

Rio - Poucas pessoas imaginariam que ali, numa rua de casas amplas em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, funcionaria um cemitério clandestino de animais, segundo informações da Polícia Militar. O terreno, no número 1485 da Estrada do Morro Cavado, tem aproximadamente 900 metros quadrados e aparenta estar bem cuidado. No fim da manhã desta terça-feira, policiais militares do Comando de Polícia Ambiental estiveram lá para apurar denúncia anônima contra o estabelecimento. 

Ao chegarem na casa, chamou a atenção dos PMs a organização e estrutura do cemitério. Covas, gavetas, diversas divisórias e até um local próprio para cremar os animais foram encontrados. As irregularidades, no entanto, eram muitas, segundo PMs que estiveram no local. Autorizações inexistentes e risco de contaminação dos funcionários, que trabalhavam sem máscaras, são apenas alguns exemplos dados pelos militares.  

Entre as irregularidades, a situação mais crítica verificada pelos PMs estava no cômodo onde eram incinerados os bichos. Fora o problema das máscaras (que são equipamento obrigatório) e risco de contaminação humana, também não havia filtro algum nas chaminés - outra exigência.

Nesta quarta-feira, a proprietária do cemitério Pet Garden, Isabel Porto, falou com o DIA e negou qualquer ilegalidade. A dona do local, que funciona há 14 anos em Guaratiba, confirmou, porém, que há uma licença de operação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ainda pendente .

Cemitério de animais em Guaratiba foi fechado nesta terça-feiraDivulgação

Segundo ela, não havia nenhum funcionário da empresa trabalhando no local onde os bichos são cremados e, por isso, não seria possível afirmar que os empregados não usavam máscaras. Isabel também rebate as acusações sobre irregularidades na chaminé:

"Somos criteriosos. Todos os clientes só falam bem da empresa. Nunca fizemos nada ilegal e o sistema do crematório dispõe de um equipamento que faz a lavagem de gases. Toda a documentação necessária para operar já está em tramitação". 

Sem resistir, ainda na terça-feira uma funcionária do local, identificada como Maxlleny, foi conduzida pelos PMs à 43ª DP (Guaratiba) para prestar depoimento. Segundo a Polícia Civil, as investigações estão em andamento e uma perícia do local foi solicitada. Agentes da delegacia iniciaram fazendo diligências em busca de informações que possam ajudar no caso.



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