Por nicolas.satriano

Rio - O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou, nesta segunda-feira, que se a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), a Guarda Municipal (GM) e a Secretaria de Ordem Pública (Seop), não atuarem junto às polícias, a PM vai voltar a conduzir jovens em situação de vulnerabilidade, como aconteceu em agosto. Na última terça-feira, o juiz da 1ª Vara de Infância, Juventude e do Idoso, Pedro Henrique Alves, determinou que esses órgãos atuem junto à Polícia Militar nas praias. No entanto, segundo Beltrame, eles não apareceram.

"Vamos voltar a fazer as ações que nós entendemos que são preventivas: o mesmo cerco que a polícia sempre fez em horários e lugares determinados. Pretendo voltar com as mesmas ações de agosto A polícia não vai resolver tudo sozinha e isso (arrastões) está acontecendo porque a polícia está só. Na ponta, as únicas que atuam são a Polícia Militar e a Polícia Civil. As causas disso ninguém quer falar, ninguém quer saber. Agora,  a consequência que é traumática para as pessoas passa para a polícia. Quando a polícia vê, preventivamente, que ali na frente pode acontecer um delito, ela é engessada. É claro que a polícia tem que agir em caso de crime, mas ela foi tolhida em sua missão de prevenção", ressaltou o secretário. 

Órgãos da prefeitura sempre são convidados, mas nunca vão a ações da PM, reclamou BeltrameErnesto Carriço / Agência O Dia

Segundo ele, o Serviço de Inteligência das polícias, já detectou grupos que estão se organizando para sair às ruas e fazer justiça com as próprias mãos. "As pessoas já estão se preparando para fazer justiça com as próprias mãos, coisa que nós não vamos permitir. A minha preocupação é umA visão prospectiva de onde isso pode chegar, e lembro: imaginem se liberam o Estatuto de Desarmamento onde as pessoas podem ter 3 armas? As pessoas vão começar a ir para a praia armadas, ou se alguém ontem estivesse armado, que consequência poderíamos chegar? E com isso que temos que nos preocupar", disse Beltrame.  

Nesta segunda-feira, o secretário vai convocar nova reunião com os orgãos citados. "Vou pedir ao prefeito (Eduardo Paes) que me indique nomes. Eles são sempre convidados, mas nunca vão, dizem que não têm pessoas para mandar ou não têm como ir pessoas do órgão", reclamou. 

Beltrame promete mudanças no policiamento nas praias após arrastões

Para o secretário, se a PM estivessem abordando e conduzindo menores ou os órgãos citados estivessem atuando junto às polícias, o final de semana teria sido mais tranquilo. "Não tenho dúvida disso. E estamos praticamente um ano sem esse problema, com poucos incidentes depois que a PM começou a fazer esse trabalho", afirmou ele.

TJ nega que sentença limite trabalho da PM

Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio negou que a sentença da 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso da Comarca da Capital, no dia 10 de setembro, impeça a Polícia Militar de atuar para garantir a segurança no Rio de Janeiro. 

De acordo com o texto, o ato do juiz não impede que pode os policiais abordem, apreendam ou pratiquem qualquer outro ato, desde que respeitados os limites da lei. A decisão, segundo o TJ, se refere apenas aos adolescentes não infratores, para que eles tenham o direito de ir e vir.

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