Por bianca.lobianco

Rio - A transferência dos policiais militares que estavam detidos na Unidade Prisional da PM, em Benfica,  mobilizou um mega aparato de segurança, como na sexta-feira, durante a ida dos primeiros 119 detentos para Niterói, na Penitenciária Vieira Ferreira Neto. Dentre os PMs, quatro deles são acusados de agredir a juíza Daniela Assumpção no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Fotos da unidade em Niterói mostram que há, pelo menos, dois tipos de construção no local. Uma delas, que parece uma casa e está reformada, seria o local para abrigar os oficiais — há 13 deles presos na unidade. Nela, os beliches são de ferro, o banheiro tem vaso sanitário, o chão é de piso novo e as janelas não têm grades.

Novas celas têm beliche%2C piso de cerâmica e banheiro. Os 13 oficiais presos não têm grades nas janelasDivulgação

Já o pavilhão que seria dos praças, é todo gradeado, com beliches de alvenaria e estaria em péssimas condições. A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que administra a unidade, negou as informações e disse que o presídio acabou de ser reformado.

Devido às transferências, a Justiça suspendeu as visitas nesse final de semana, mas muitos parentes permaneceram em frente ao presídio, em Niterói. Segundo eles, o presídio estava sem água para beber e tomar banho .

Antes de embarcarem nos ônibus para o presídio, os policiais tiveram seus pertences, que estavam em sacos plásticos, revistados. O caminhão com os objetos seguiu para Niterói antes dos presos. O Batalhão de Choque fez a escolta. 

Parte do mobiliário de Benfica ainda está lá e ela só será totalmente desativada quando os objetos forem levados para Niterói, o que deve acontecer nos próximos dias. Os móveis são da administração do presídio.

Local para onde os PMs do BEP foram transferidos parece uma casa e está reformadaDivulgação

O antigo BEP ficou conhecido pelas regalias que os presos tinham. As celas eram modificadas por alguns presos que queriam conforto e luxo. A transferência foi decidida depois que, na quinta-feira, detentos agrediram uma juíza no local. Os 98 restantes deixaram o local às 15h em três ônibus da PM. Alguns cobriram o rosto com a camisa. 

Troca na coordenadoria de fiscalização da Vara de Execuções Penais 

A interdição foi uma reação do Judiciário às agressões — até a pauladas — de quatro internos contra a juíza Daniela Barbosa Assumpção, então coordenadora de fiscalização da Vara de Execuções Penais (VEP), e seus seguranças durante inspeção surpresa na quinta-feira. Como o DIA noticiou ontem com exclusividade, um novo juiz criminal irá assumir a coordenadoria de fiscalização da VEP.

O Ministério Público estuda pedir a transferência do grupo para um presídio em outro estado. São eles Aloízio S. da Cunha, Aldo Ferrari José Luiz da Cruz e Allan de L. Monteiro. Três foram para Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó e ficarão no Regime Disciplinar Diferenciado. A irmã de Allan, no entanto, diz que o irmão não participou da agressão à juíza e que ele foi confundido com outro preso militar.

PM conclui transferência de presos do antigo BEP para penitenciária em Niterói






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