Por paulo.gomes

Rio - Um dos principais tentáculos do Comando Vermelho (CV) sofreu um duro golpe da Polícia Civil nesta terça-feira, em Magé, na Baixada Fluminense. Vinte homens comandados por Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, tiveram seus mandados de prisão cumpridos em favelas do município. Segundo a polícia, a quadrilha recebia ordens do traficante, que está preso, mas controla as remessas de dinheiro do bando. A polícia afirma que os criminosos saíram da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, para criar na Baixada uma ramificação do tráfico do conjunto de favelas que fica a 45 quilômetros de distância.

As investigações e escutas feitas nos últimos oito meses ainda possibilitaram a expedição de outros 51 mandados de prisão. Desses, 23 foram cumpridos contra criminosos que já se encontravam detidos. De acordo com o delegado Robson Costa, da 65ª DP (Magé), o grupo espalha o terror há pelo menos dois anos em Magé. Além de controlar o tráfico, ainda explora serviços como transporte clandestino e comércio ilegal. Roubos, extorsões e homicídios feitos em público, de pessoas que descumpriam as ordens, eram habituais. “Até mesmo outros traficantes que, por acaso, discordavam dos desmandos, eram subjugados”, afirmou o delegado.

Os presos na operação desta terça-feira%2C em Magé%2C foram levados para a Cidade da PolíciaGabriel Sabóia / Agência O Dia

Todas as execuções ocorriam pelas mãos de um menor de 17 anos, considerado pela polícia o principal assassino do grupo. Ele foi apreendido nesta terça. “Parte dos lucros da criminalidade voltava para a Vila Cruzeiro, onde, comprovadamente, existe uma base de traficantes que flutua entre as outras comunidades. Esse menor também é tido como autor de três homicídios a pessoas da mesma família com facadas e tiros, em 2013, após terem reclamado do barulho de um baile funk”, concluiu o policial.

Entre as principais favelas de Magé onde os bandidos agiam, estavam a Fonte, Barbuda, Vila Esperança e Lagoa. Nesta última, traficantes rivais travam confrontos constantes pelo controle da venda de drogas. O fluxo de drogas e até os itinerários também seguiam as ordens de Piná, conforme escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.

Mais de 300 homens participaram da operação. Piná está preso desde o ano passado, quando foi encontrado numa casa de luxo em Búzios, na Região dos Lagos. O criminoso também foi apontado pela polícia como um dos autores das ordens para atentados às bases de UPPs.


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