Por nicolas.satriano

Rio - Enquanto a dança das cadeiras nos ministérios foi usada pela pela presidenta Dilma Rousseff (PT) para garantir a governabilidade, aqui no Rio o prefeito Eduardo Paes (PMDB) quis aproveitar as mudanças para abrir o caminho do seu candidato à sucessão, Pedro Paulo Carvalho, em 2016.

Paes ofereceu a Secretaria de Habitação ao PSB, para tentar frear o ímpeto do senador Romário em disputar a prefeitura. O Baixinho recusou e o escolhido para vaga foi o deputado federal Sérgio Zveiter (PSD), que tomará posse hoje como novo titular da pasta.

A manobra peemedebista visava a aumentar a participação do Baixinho na indicação de cargos na prefeitura e aproximá-lo ainda mais de Paes e Pedro Paulo. Ao rejeitar a oferta, Romário e o PSB alegaram que a Habitação não seria a melhor pasta, diante do cenário de crise econômica e de reformulação do programa federal Minha Casa Minha Vida.

Em 2012%2C o Baixinho apoiou a reeleição de Paes. O prefeito quer repetir a dobradinhaDivulgação

Em janeiro, embalado pela votação de 4,6 milhões de votos para o Senado, Romário mostrou força política e indicou Marcos Braz, ex-vice presidente de futebol do Flamengo, para comandar a pasta de Esportes e Lazer. Nos bastidores, comenta-se que o prefeito quer fazer Pedro Paulo vencer a eleição por ‘W.O’, que no jargão esportivo significa a vitória obtida sem oponentes.

Mesmo com a negativa, o PMDB segue apostando na boa relação entre Romário, Eduardo Paes e Pedro Paulo como trunfo eleitoral. O senador nega estar sofrendo pressões para desistir da candidatura. “Vivo com pressão desde os 19 anos. Não tem pressão por parte de ninguém. Eu vou decidir se serei ou não candidato”, afirmou o ex-

Diante da negativa do senador, Paes ofereceu a secretaria a Sérgio Zveiter. Na semana passada, o deputado federal Indio da Costa (PSD) se reuniu com o prefeito e comunicou a saída do secretário anterior da pasta, Carlos Portinho.

A intenção do partido era deixar a administração para construir uma candidatura própria nas eleições de 2016 — Indio quer concorrer. E, ao indicar Zveiter, que é do diretório de Niterói do PSD, Paes tenta dividir a legenda e enfraquecer a candidatura de Indio.

PT apoia PMDB para ajudar Dilma

O presidente estadual do PT Washington Quaquá voltou ontem a defender a aliança do partido com o PMDB na capital como forma de ajudar auxiliar a governabilidade e pavimentar o caminho para uma eventual candidatura do ex-presidente Lula em 2018. Segundo ele, o PT “não tem condições objetivas de vitória” já que não há um nome forte na cidade.

“Estamos em um momento de juntar forças para garantir maioria no Congresso, para que Dilma não sofra o impeachment ou as retaliações que impeçam ela de governar na prática”, opinou Quaquá, pragmático. Para ele, o apoio do partido não está relacionado a manutenção ou não da chapa como ela é hoje, com o PT na vice-prefeitura (ocupada por Adilson Pires). 

“É importante que o PMDB do Rio, leia-se Leonardo Picciani (líder do partido na Câmara), e a bancada do Rio estejam alinhados com o governo. E eles estão. Tudo isso tem a ver com nosso objetivo essencial de eleger o Lula em 2018”.

Quaquá também disparou contra Alessandro Molon, deputado federal que recentemente saiu do PT para ir para Rede e é apontado como postulante à prefeitura. “Foi uma saída eleitoral. Ele vai ter que sair da esquerda e se aproximar da direita”, alfinetou.

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