Por clarissa.sardenberg

Rio - Uma aluna da Universidade Federal Fluminense (UFF) sofreu uma tentativa de estupro dentro do campus Gragoatá, em Niterói. "É um caos a segurança lá dentro", disse M.V. na tarde desta quinta-feira. "Um dos lugares menos seguros é dentro do campus da faculdade. Não fui a primeira e nem serei a última", desabafou a jovem.  

O momento de terror ocorreu na última quinta-feira, quando a aluna foi abordada na porta de um banheiro da instituição por um homem armado com uma faca, que a conduziu para um local sem iluminação do campus. Ela contou que escapou por muito pouco, pois o criminoso se assustou com um grupo que passou pelos dois.

Alunos vão pedir mais iluminação no Campus Gragoatá da UFF Reprodução Internet

Em seguida, a jovem ligou para uma amiga, que foi ao local para ajudá-la. As duas contaram o ocorrido a um segurança da faculdade, que realizou buscas pelo local, mas não encontrou o suspeito.

Segundo a vítima, o reitor da instituição ligou para saber sobre seu estado e disse que imagens das câmeras de segurança do local serão examinadas, mas por enquanto nenhuma novidade sobre o crime surgiu.

Alunos fazem reivindicações

Nesta quarta-feira, um coletivo de mulheres se reuniu para tratar sobre o assunto, entre outros. A estudante relata que as mulheres costumam andar em grupos dentro da universidade por medo de serem atacadas.

Outro coletivo de estudantes da UFF vai se reunir na próxima semana para pedir ao menos a iluminação necessária no campus Gragoatá.

Apelo às mulheres

A jovem chegou a fazer um desabafo nas redes sociais na última semana. "A cada onze minutos, uma mulher é estuprada no país. Eu quase vivi esses onze minutos. (...) Saindo do banheiro, um animal (me recuso a pensar que é um humano) me abordou dentro da faculdade. Ele levantou a camisa, mostrou uma faca e mandou eu fazer o que ele falava. Segui na frente e logo em seguida ele me mandou ir até a orla (lugar mais bonito e mais perigoso da UFF)", relatou.

M.V. contou que o homem acabou se assustando com "anjos" que passaram pelos dois e ela aproveitou a oportunidade para fugir. "Correu pra bem longe, como um covarde", relatou. Em seguida, a jovem ligou para uma amiga, que foi ao local para ajudá-la.

"Depois de ver o sangue nos olhos da minha amiga, percebi de uma vez por todas que as mulheres necessitam se ajudar. Elas precisam andar juntas à noite. Elas precisam juntar forças", disse ela.

A jovem fez um apelo para que as mulheres se unam contra a violência e relatem sempre que ocorrer um abuso. "Homem nenhum tem o direito de usar um corpo que não o pertence, ou seja, um corpo além dele mesmo", desabafou a jovem.


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