Por nicolas.satriano

Rio - Um mulher de classe média de Copacabana será denunciada hoje à polícia pela Ong SOS Aves e Cia por um crime inusitado: torturar pombos. O registro no Núcleo de Proteção e Repressão aos Maus-tratos Contra Animais, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), será feito pelo presidente da Ong, Paulo Maia, através de testemunhas.

“Ela finge dar comida aos pombos, mas na verdade, com um alicate,arranca penas e quebra o bico das aves. Pelo menos duas testemunhas decidiram formalizar a queixa”, afirma Paulo Maia,lembrando que há cinco anos a prefeitura retirou um pombal usado no controle de proliferação de pombos no Humaitá para reforma e até hoje não devolveu. A Secretaria de Conservação informou estar investigando o paradeiro do pombal.

Se condenada, a suposta torturadora pode pegar até 1,4 um ano de prisão por crime ambiental. “Pombos são vítimas de desequilíbrio ecológico e as doenças que transmitem também são propagadas por outros animais”, defende Maia.

Pombal que ficava no Humaitá foi retirado para reforma há cinco anosDivulgação

Segundo Rafael Machado, do núcleo da DPMA, desde que foi criado, em janeiro de 2014, o órgão já registrou 400 ocorrências de maus tratos a animais, 30% relacionadas a aves. Já o Disque-Denúncia (2253-1177) recebeu no período 7.750 ligações por crimes ambienais, sendo 3.255 de maus-tratos e torturas contra animais.

“A legislação é branda. Apenas um homem (Jonathan Silva, 26) foi para a cadeia por maltratar cães no Rio, o segundo do País”, diz.

A Vigilância Sanitária fará campanha orientando a população a não alimentar pombos. Doenças do pombo podem levar à cegueira, infecções no cérebro, pulmões e intestinos. As mais comuns são criptococose, meningite, salmonelose e tuberculose avícola.

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