Por adriano.araujo

Rio - O médico Jorge de Paula Guimarães, morto durante uma tentativa de assalto neste sábado na Avenida Brasil, segundo amigos, já tinha sofrido um outro assalto em fevereiro deste ano. Ele saía de uma clínica, onde trabalhava, no bairro de Piratininga, em Niterói, na região metropolitana do Rio, quando foi abordado e teve o carro roubado. O cardiologista tinha esposa e filhos.

Ontem, à tarde, na saída do IML, parentes não quiseram falar sobre o crime com jornalistas. “Respeitem a dor da família”, disse um deles, que também não se identificou. Ele tinha o desejo de ser cremado quando morresse.

Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze criticou a violência no estado. “Era uma pessoa que ia para um plantão salvar vidas e perdeu sua vida. A violência está em todo lugar e atinge policiais, médicos, todo mundo”, lamentou.

Em 2004, a Alerj concedeu ao cardiologista o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro. A resolução, publicada em 7 de dezembro, foi de autoria do deputado Albano Reis, morto naquele ano.

Familiares de Jorge se abraçam após o reconhecimento do corpo no IMLDiego Valdevino / Agência O Dia

Polícia investiga latrocínio

A principal hipótese na investigação do assassinato do médico cardiologista Jorge de Paula Guimarães, de 63 anos, é de tentativa de assalto seguida de morte, de acordo com a Delegacia de Homicídios (DH). A vítima foi baleada na cabeça, dentro do carro, na Avenida Brasil, altura de Barros Filho, quando seguia para o Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, onde trabalhava desde 2002.

Médico seguia para o plantão no Rocha Faria quando foi surpreendido por bandidosReprodução

O médico morreu na hora e agentes da DH investigam as circunstâncias do assassinato. Segundo o delegado André Barbosa, dos quatro tiros de pistola 9 milímetros disparados pelos criminosos e que atingiram a lateral do carro, um Honda Civic, um dos disparos acertou a nuca de Jorge de Paula Guimarães.

“Tudo indica que a vítima reagiu ao assalto acelerando o carro. Aquela região da Brasil é muito perigosa e crítica. Estamos apurando a dinâmica do crime para saber quantos bandidos agiram. O tiro na nuca foi fatal”, contou.

Após ser baleado, o cardiologista perdeu a direção do carro, que atravessou um canteiro de obras e bateu na mureta na pista sentido Centro do Rio. Os bandidos, depois da tentativa frustrada de roubo, teriam fugido de carro em direção ao Complexo da Pedreira, em Costa Barros. Segundo a polícia, nada foi roubado.

“A Avenida Brasil é uma rota de fuga para criminosos da Pedreira, em Costa Barros, e do Chapadão, na Pavuna. É preciso intensificar o patrulhamento com motocicletas, pois dá mais agilidade e mobilidade neste trânsito engarrafado no local”, comentou o especialista em segurança, o coronel Paulo Amêndola.

Ainda segundo ele, as constantes operações da polícia em comunidades da região têm obrigado traficantes a recrutarem jovens para outros tipos de crimes, como o roubo de carga e de carros.

A direção do Hospital Rocha Faria confirmou que o médico Jorge de Paula estava escalado para o plantão neste sábado. “Era um profissional dedicado e atencioso, querido por todos na unidade. Lamentamos muito e prestamos solidariedade aos familiares neste momento difícil”, disse ontem o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto.

Médico foi encontrado morto com tiro na cabeça dentro de Honda Civic na Avenida Brasil WhatsApp O DIA


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