Por felipe.martins

Rio - O Sistema Guandu será paralisado nesta quinta-feira por volta das 8h, para manutenção preventiva. Apesar da previsão de tempo para a execução do serviço ser de 24 horas, o abastecimento levará em média 72 horas para ser normalizado. Os consumidores, principalmente os de regiões consideradas pontas de linha, como Recrerio e Leme, terão que economizar água até a manhã de domingo. O objetivo é evitar problemas durante o verão, período em que o Sudeste brasileiro sofrerá fortes efeitos da crise hídrica, segundo os especialistas.

A estação de tratamento abastece a Região Metropolitana e a Baixada Fluminense, atingindo um total de nove milhões de habitantes. Com o desligamento da água, as torneiras da região do entorno da estação serão as primeiras a sentir os efeitos da operação. Ou seja, em Campo Grande, Nova Iguaçu, Santíssimo e Madureira, os consumidores podem sofrer redução da pressão. Em contrapartida, essas serão as primeiras áreas em que o sistema será normalizado.

Já na Zona Sul, na ponta da Baixada, em Caxias, no do Leme e na Urca, o abastecimento só deve ser normalizado no domingo. ode demorar até 72 horas. Limpar o Sistema Guandu é quase uma operação de guerra. São mobilizados 300 técnicos de diversos pontos da Região Metropolitana. Eles irão vistoriar os reservatórios e canais de água filtrada da estação, adutoras e elevatórias.

Jorge Briard, presidente da Cedae, explicou que a paralisação será feita bem cedo. As comportas serão fechadas, impedindo que a água do Rio Guandu entre na estação. Posteriormente, as bombas de água bruta serão desligadas e, em seguida, as bombas de tratamento. Com isso, a água que restará na estação será impulsionada para as casas e esvaziará o sistema.

Clique sobre a imagem para a completa visualizaçãoArte O Dia

Áreas como os canais blindados do reservatório, em que os técnicos não podem ter acesso em dias normais, serão acessíveis para manutenção. “Essa manutenção que requer a paralisação da estação acontece de ano em ano. Mas estamos sempre fazendo manutenções e reparações no sistema”, disse Jorge Briard. “Todos os dias os técnicos trabalham de 7h da manhã as vezes até o dia seguinte.” completou.

Paulo Roberto Torres, administrador do Condomínio El Dourado, em Vila Isabel, já está se prevenindo para os efeitos da redução de água. Ele vai desligar o registro da captação de água e isso fará com que o relógio não se movimente sozinho com a entrada de ar, fazendo com que a conta de água não suba. Nos prédios há uma cisterna na parte debaixo e uma caixa d'água em cima. Isso ajudará o morador a atravessar esse período de intervenção da Cedae.

Segundo a Cedae, haverá esquema especial para atender demandas de hospitais, escolas e órgãos de atendimento essencial. O custo de um carro-pipa de 10 mil litros no período de manutenção da Cedae pode chegar a R$ 900, três vezes maior do que o preço normal.

Reportagem da estagiária Carolina Moura

Você pode gostar