Por clarissa.sardenberg

Rio - O corpo do mototaxista Jorge Lucas de Jesus Martins Paes, de 17 anos, foi enterrado na tarde desta sexta-feira, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. Consternados, parentes e amigos lamentaram a morte do jovem e pediram justiça. Jorge foi vítima, junto com Thiago Guimarães Dingo, de 24 anos, da ação de um policial militar que confundiu um macaco hidráulico que uma das vítimas transportava com um fuzil e efetuou um disparo. O tiro acabou matando os dois inocentes.

Durante a cerimônia, amigos e familiares demonstraram estar revoltados com a morte e fizeram uma manifestação. 

Amigos e parentes se emocionaram em enterro de mototaxistaMárcio Mercante / Agência O Dia

"Ele era uma pessoa do bem. Vi ele crescer, desde quando estava na barriga. São pessoas boas. Uma família pobre, mas muito trabalhadora. Honestos e generosos. Todos são muito bons", contou emocionada a amiga da família Helen Cardoso, 55 anos.  

Amarildo Pinto Silva, que foi professor de Jorge, disse que o adolescente "era excelente aluno, participativo e trabalhador". Segundo o docente, "às vezes, Joger chegava cansado na sala de aula por causa do trabalho. Era um aluno bastante esforçado".   

PM diz que moto ia em direção à viatura

O sargento do 41° BPM (Irajá) não teve o nome divulgado. Jorge Lucas e Thiago foram baleados na Rua Doutor José Thomas, na Pavuna. O policial alegou que viu que uma moto vinha na direção da viatura e pensou que as vítimas estivessem com uma arma. O agente efetuou um único disparo que atravessou os dois mototaxistas. 

O enterro de Thiago Guimarães acontecerá no sábado, às 10h, no Cemitério de Irajá."Chamei o PM de assassino e perguntei porque ele atirou. Ele não respondeu e riu com ar de deboche. Vamos processar o estado", garantiu o pai de Thiago, Gilberto Dingo. "Não teve nenhum tipo de abordagem e nem revista. Por que atiraram? Um tiro de fuzil que foi dado pelas costas matou os dois. Foi uma covardia", desabafou.

Reportagem da estagiária Carolina Moura



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