Por luis.araujo
Rio - A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) reuniu, na tarde desta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), autoridades estaduais e municipais da área de saúde para cobrar uma resposta para tragédia que envolveu a técnica em enfermagem Elizângela Medeiros no último dia 3.
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Aos 35 anos, ela morreu sob suspeita de negligência médica nos hospitais Adão Pereira Nunes, onde trabalhava, em Saracuruna, e Evandro Freire, na Ilha do Governador. “Vamos levar este caso à ONU, pois não se trata de um episódio isolado. Já tivemos diversas outras pessoas, outros profissionais da saúde, que tiveram atendimento negado nas unidades onde trabalham. É um absurdo”, protestou a deputada estadual.
Técnica em enfermagem Elizangela Medeiros%2C de 35 anos%2C morreu na última semana após reclamar de mau atendimento do Hospital Adão Pereira Nunes%2C em Duque de CaxiasDivulgação
Participaram da reunião o superintendente de gestão das Unidades Hospitalares, Rogério Casemiro, o Corregedor Geral de Saúde, Ronaldo Menezes, a presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Maria Antonieta Rubio Tyrrel, além de sindicalistas e parentes de Elizângela Medeiros.
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“Foi uma reunião muito produtiva, da qual tiramos várias propostas. Vamos pedir o afastamento imediato da direção do hospital de Saracuruna, pois não está havendo isenção na investigação. Queremos uma intervenção do Cremerj na unidade. E vamos cobrar do governador Pezão a garantia de emprego aos profissionais qu estão sofrendo coação na unidade”, disse Rejane.
Além disso, ficou acertada para a próxima segunda-feira uma vigília, a partir das 15 horas, em frente à Igreja da Candelária, no Centro, a fim de pressionar as autoridades pela celeridade na apuração das circunstâncias que levaram à morte Elizangela Medeiros. 
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O Cremerj informou que já abriu sindicância, desde o dia 5 de novembro, para apurar a conduta dos médicos envolvidos no caso da morte da técnica de enfermagem Elizângela Medeiros. A sindicância é a fase de apuração e precede o processo ético profissional. Em caso de condenação, as punições vão desde advertência confidencial até a cassação do registro.
Relembre o caso
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Elizangela fez um desabafo em áudio e mandou para amigos através do WhatsApp. Com um tom de voz aparentando muito cansaço, Elizangela contou na gravação o drama que viveu no hospital. No áudio, com quase dois minutos, ela reclama do atendimento.
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"Quando eu cheguei pela manhã, o doutor Sebastião me fez (aplicou) um Diazepam e disse que eu estava com uma crise nervosa e eu estava dispneica, cansada, pálida, sem conseguir falar... Foi como se eu não tivesse nada, fosse frescura... E pra ficar internada para esses médicos fazerem pouco caso, me tratar como um lixo... eu trato os pacientes como prioridade", disse ela.
Ela gravou o áudio minutos após deixar o Hospital Adão Pereira Nunes, onde foi atendida, e mandada para casa, apesar das dores no peito e da falta de ar. Ela morreu três dias depois, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Edson Passos, em Mesquita, onde chegou com os mesmo sintomas.