Por karilayn.areias
Rio - Na cerimônia de entrega do campo de golfe olímpico, na Barra da Tijuca, ontem o prefeito Eduardo Paes voltou a defender a candidatura do secretário-executivo de coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho, como seu sucessor. “Ele continua sendo meu candidato”, afirmou Paes. Sem discursar, Pedro Paulo — que é deputado federal licenciado pelo PMDB — esteve no evento cumprindo sua primeira agenda pública após a revelação do registro em delegacia de mais uma agressão à ex-mulher, Alexandra Marcondes. 
Ao lado de Nuzman e Pedro Paulo%2C Paes minimizou a polêmica da construção do campo de golfeEstefan Radovicz

Ele recebeu ainda o apoio do ministro do Esporte, George Hilton, do PRB, partido de outro pré-candidato à Prefeitura do Rio em 2016, senador Marcelo Crivella. “Seja firme e forte. É preciso ser forte para enfrentar toda luta”, disse o ministro, durante o evento. 

Os dois casos de agressão foram registrados em 2008 (em São Paulo) e em 2010 (no Rio). O inquérito referente ao episódio que ocorreu no Rio começará a ser analisado hoje pela Procuradoria Geral da República (PGR), que pode arquivá-lo ou dar seguimento ao processo. Como Pedro Paulo é parlamentar, tem foro privilegiado, e só poderá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Ele poderá ser enquadrado na Lei Maria da Penha.

Questão ambiental

Ao entregar oficialmente o campo de golfe olímpico ao Comitê Organizador dos Jogos do Rio em 2016, ao lado do presidente da organização e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, Paes minimizou a polêmica envolvendo a construção do empreendimento. O Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público do Rio afirma que o campo foi feito em uma Área de Preservação Ambiental (APA) e contesta na Justiça a licença ambiental que foi dada para a obra. 

“Não era Área de Preservação Ambiental. Era uma área privada, que estava degradada. Há três décadas isso era um depósito da fábrica de escolas no governo Brizola. Nós fizemos umas adaptações. Recuperamos parte desse terreno, colocamos vegetação de restinga”, argumentou o prefeito.
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Campo é uma das obras mais polêmicas para os Jogos

O campo foi construído com recursos privados de R$ 60 milhões em uma área de 970 mil metros quadrados e é uma das obras mais polêmicas para a Olimpíada de 2016. O investimento faz parte de uma Parceria Publico-Privada com a Fiori Empreendimentos, que, pelo acordo, terá o direito de construir, no futuro, prédios de 22 andares na região.
Durante a construção do campo, ativistas que acusam a prefeitura de crime ambiental chegaram acampar no local em protesto. No entanto, ontem não houve manifestação. Paes lembrou ainda que o novo campo de golfe atende às exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI), enquanto que os campos de golfe do Itanhangá e da Gávea (os dois já existentes no Rio) haviam sido recusados.
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Após os Jogos, uma entidade pública vai gerir o espaço por 20 anos. A capacidade é de 15 mil espectadores. Segundo o prefeito, o objetivo é popularizar e estimular a prática do esporte.