Por marlos.mendes
Brasília - ‘Um drama gravíssimo’. Foi assim que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, classificou o quadro da infestação do Aedes aegypti no país e das doenças que o mosquito transmite. Levantamento divulgado ontem identificou 1,5 milhão de casos de dengue no país, até o dia 14 de novembro. O número representa aumento de 176% em comparação ao mesmo período do ano passado. O Sudeste apresentou 63,6% do total de casos (975.505). Só no Rio, o número aumentou mais de oito vezes: 59.428 casos contra os 7.085 de 2014.
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Segundo o Ministério da Saúde, 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika — todos transmitidos pelo Aedes. Isso significa que mais de 4% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do inseto.
Segundo o ministro, o ministério está acompanhando novas iniciativas de combate à dengue e ao mosquito, como o uso de mosquito transgênico, de mosquito infectado com bactéria, além de vacinas. “São iniciativas novas que devem ser estudas antes de serem disponibilizadas à população. No momento, devemos atacar, de maneira efetiva, o mosquito da dengue. Não podemos perder o foco. Essa é uma luta que sozinhos não seremos vitoriosos, portanto precisamos da participação de toda a sociedade brasileira”, reforçou o ministro.
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O balanço revelou também que já chega a 739 o número de casos suspeitos de bebês com microcefalia (até 21 de novembro). Eles foram identificados em 160 municípios de nove estados — a maioria no Nordeste, e o primeiro caso registrado em Goiás —, que podem estar ligados à infecção por zika.
“É uma epidemia que está ocorrendo pela primeira vez aqui no Brasil”, declarou o ministro, que disse também que o surto de microcefalia não se trata apenas de números, mas de vidas. “Temos que ter compreensão do drama humano que estamos enfrentando, mas sem gerar um pânico desnecessário”, ressaltou.
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