Por paulo.gomes
Rio - Uma megaoperação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE), Corregedoria-Geral Unificada (CGU), Subsecretaria de Inteligência (SSINTE), Polícia Civil e promotores do Ministério Público Estadual está sendo realizada nesta quinta-feira, em Niterói. A ação, denominada Operação Bandeira Preta, tem como objetivo desarticular uma quadrilha que atua no município da Região Metropolitana. Estão sendo cumpridos 24 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão. Até o momento, 19 pessoas foram presas.
Quadrilha que fraudava autonomias de táxis de Niterói e faturava R%24 2%2C2 milhões por mês é desarticuladaRommel Pinto / Parceiros / Agência O Dia

As investigações apontam que a quadrilha era liderada pelo chefe da fiscalização da Subsecretaria de Transportes de Niterói, Roberto Carlos Brito da Costa, conhecido como Betinho. Ele agia no Setor de Transporte Individual da Secretaria, responsável pela fiscalização do serviço de táxi. Outro servidor lotado neste setor, Alexander Soares Shroeder, conhecido como Shrek, também faz parte do bando.

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A quadrilha atua desde de 2010 e os criminosos utilizavam permissões de táxis que estavam suspensas, principalmente em razão da morte do motorista permissionário. Eles negavam a transferência para a viúva e a revendiam por cerca de R$ 40 mil. A prática era adotada até janeiro de 2010, quando foi assassinado o então subsecretário de Transportes de Niterói, Adhemar José Melo Reis.

De acordo com as investigações, o homicídio foi motivado pela repressão que o subsecretário fazia à quadrilha. Já a partir de 2013, a quadrilha passou a fazer duplicatas de autonomias de táxis. Para participar do esquema era cobrado cerca de R$ 5 mil, além de uma mensalidade de R$ 650, para andar com o veículo adulterado sem ser incomodado pela fiscalização. Aos motoristas que desejavam alugar a autonomia, exigia-se pagamento de diária de R$ 150. Com a fraude, os criminosos faturavam cerca de R$ 2,2 milhões por mês.

De acordo com as investigações, o bando cobrava R$ 5 mil e mensalidades para realizar duplicatas de autonomias de táxisRommel Pinto / Parceiros / Agência O Dia

"Ao utilizar táxis piratas, a população era exposta a enorme risco. Os veículos não tinham os seguros obrigatórios, não eram vistoriados, o taxímetro não era aferido, e alguns motoristas possuíam antecedentes criminais. Há caso, inclusive, de uma passageira que foi estuprada por um taxista pirata", ressaltou o promotor do Gaeco, Sérgio Luis Lopes Pereira.

Os integrantes da quadrilha foram denunciados pelos crimes de corrupção passiva, receptação, organização criminosa, falsificação de selo e de documento público e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.