Por marlos.mendes
Rio - O clima em Magé, na Baixada Fluminense, anda conturbado desde que o vice-prefeito Cláudio Ferreira (PMDB), o Cláudio da Pakera, renunciou dia 19 e a Câmara ameaça derrubar o prefeito Nestor Vidal (PMDB). Ele afirma ter sofrido ameaças de morte, trazendo à tona o histórico de violência e assassinatos de políticos que marca a cidade. Só nos últimos 24 anos, foram nove execuções.
“É difícil fazer política em um lugar que tem um histórico violento contra políticos”, diz um vereador. O prefeito concorda. “Logo depois da renúncia do Cláudio, 14 vereadores foram para um retiro com o presidente da Câmara, Rafael Tubarão. Coincidentemente, nesta mesma semana, recebi ameaças de morte. Acredito que estejam ligadas a esta situação, mas não vou ceder”, garante.
Prefeito Nestor VidalDivulgação

De agosto de 1997 a março de 2012, os assassinatos de políticos a tiros em Magé incluem uma vice-prefeita e três vereadores. A cidade foi dominada por 20 anos pela família Cozzolino, cuja representante maior foi Núbia Cozzolino.

Vidal foi eleito em 31 de julho de 2011, com 68,62% dos votos, depois que Núbia Cozzolino (PMDB) e o vice Rozan Gomes da Silveira (PSL) perderam o mandato por abuso de poder político e econômico e uso indevido de meios de comunicação.

Entre as denúncias protocoladas contra o prefeito estariam a suposta existência de funcionários fantasmas e um convênio com irregularidades entre a prefeitura e uma clínica particular. Os vereadores pedem cópias das folhas de pagamento desde janeiro de 2013 e de contratos assinados com fornecedores.

Nestor afirmou que prepara defesa contra as acusações feitas na sessão realizada no último dia 24, quando foi aprovada a Comissão Especial de Inquérito (CEI), que vai analisar denúncias feitas contra ele. O prefeito entregará documentos requeridos pela casa até o próximo dia 4, prazo estipulado pela comissão. Moradores contrários à derrubada do prefeito têm feito manifestações contra a Câmara.

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Reportagem de Aline Cavalcante