Por thiago.antunes
Rio - O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou, no fim da tarde deste domingo, a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o banqueiro André Esteves, CEO do BTG-Pactual, preso na última quarta-feira sob a suspeita de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Com a decisão do ministro, a prisão temporária de cinco dias que o banqueiro cumpria em Bangu 8 foi convertida em prisão preventiva e, dessa maneira, o banqueiro deve permanecer sob custódia até a conclusão do julgamento.  

André Esteves é acusado de participar de uma reunião em que, junto com o senador Delcídio Amaral (PT/MS) tramava-se a fuga do país de Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato. O advogado de Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, já entrou com uma petição solicitando a soltura do banqueiro.

Banqueiro André Esteves pagaria para não ter seu nome mencionado na delação de Nestor Cerveró Efe

Advogado: 'Prisão temporária foi desproporcional'

"Acreditamos que a prisão temporária foi desproporcional, porém, se a Justiça assim decidiu, ela já cumpriu sua função, que foi ouvir André esteves sozinho, sem interferência de terceiros e da busca e apreensão dos materiais recolhidos em seus escritórios", argumentou Kakay.
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O advogado se encontrou com o banqueiro na cela em que Esteves ocupa em Bangu 8 na manhã deste domingo. "Conversamos por uma hora e meia e ele relatou o que já sabíamos: que não vai se encontrar nenhuma delação em seus documentos, que ele nunca viu essa delação e que durante a tal reunião, ele estava em São Paulo e não no Rio de Janeiro. Dois dos presentes a essa reunião negam que meu cliente estivesse presente. Esperamos que o Ministério Público (Federal) desista dessa prorrogação", justificou Kakay.
A presença de André Esteves nas instalações da Secretaria de Adminsitração Penitenciária (Seap) causa polêmica há dias. Na sexta-feira, a mulher do banqueiro, Lilian, teria recebido uma autorização especial do secretário Erir Ribeiro da Costa Filho para visitar Esteves na cadeia, segundo reportagem do jornal o Estado de S. Paulo.
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Em nota, a Seap reconheceu que Erir concedeu o benefício. 'Foi concedida a ela uma autorização para visitar o preso uma vez que todo interno tem direitos à visita, porém a mesma necessita de carteirinha para outras visitações. Cabe ressaltar que tal procedimento é concedido para qualquer pessoa que solicite audiência com o secretário de Administração Penitenciária', disse o comunicado.