Ontem, o grupo de Temer pressionava Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo, para que ele deixasse o cargo; o governo e Picciani insistiam em sua permanência. A bancada governista ganhou o reforço do pai de Leonardo, Jorge Picciani, presidente do PMDB-RJ que foi para Brasília.
Chamado pelo doleiro Alberto Youssef de “pau mandado” de Cunha, o ministro Celso Pansera ficou com os Picciani. Ministro da Saúde, Marcelo Castro também está ao lado dos governistas.
Leonardo Picciani também sofre pressões do grupo pró-impeachment: ele é que vai escolher os oito peemedebistas que integrarão a comissão de deputados que analisará o afastamento de Dilma.
A oposição do vice é aberta: ex-ministro da Aviação e pessoa de confiança de Temer, Moreira Franco publicou artigo em que critica “o descaso com regras básicas da economia” e chama de ‘Plano Temer’ o documento ‘Uma ponte para o futuro’, focado em temas econômicos e que foi lançado pelo PMDB em outubro.
Moreira postou no Twitter que o início do processo de impeachment “rompe as amarras de uma camisa de força que ao longo deste ano foi imposta à sociedade brasileira.”
Deputados da base aliada foram convocados para chegar a Brasília na manhã de segunda-feira. Para evitar a pressão das ruas, o partido quer forçar a realização de sessões na Câmara às segundas e sextas. Bastam 51 deputados em plenário para abrir os trabalhos.
Dilma deverá responder rapidamente aos questionamentos que embasam o pedido de impeachment: ela teria prazo de até dez sessões da Câmara para apresentar seus argumentos. Depois, a comissão de deputados terá o tempo correspondente a cinco sessões para tomar uma decisão e levar o caso ao plenário. O governo acha que dá tempo de fazer isso antes do recesso.
No meio do processo do impeachment, Lula vai ficar cinco dias fora do país. Embarca terça para a Alemanha e depois seguirá para a Espanha. Terá encontros com políticos e sindicalistas.