Por marlos.mendes
Rio - De olho na Presidência, o vice Michel Temer trabalha pelo impeachment de Dilma Rousseff. O pedido de demissão do ministro Eliseu Padilha — muito ligado a Temer — e as conversas do vice com integrantes da oposição e com deputados do PMDB deixaram claro que ele quer o Palácio do Planalto. “A saída do Eliseu acabou com qualquer dúvida”, diz um aliado de Temer.
Há dois grupos no PMDB. O liderado pelo vice, que inclui o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e outro puxado pelo líder da bancada, deputado Leonardo Picciani, que luta pela permanência da presidenta.
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Cabo de guerra
Ontem, o grupo de Temer pressionava Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo, para que ele deixasse o cargo; o governo e Picciani insistiam em sua permanência. A bancada governista ganhou o reforço do pai de Leonardo, Jorge Picciani, presidente do PMDB-RJ que foi para Brasília.
Com Dilma
Chamado pelo doleiro Alberto Youssef de “pau mandado” de Cunha, o ministro Celso Pansera ficou com os Picciani. Ministro da Saúde, Marcelo Castro também está ao lado dos governistas.
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Dono da lista
Leonardo Picciani também sofre pressões do grupo pró-impeachment: ele é que vai escolher os oito peemedebistas que integrarão a comissão de deputados que analisará o afastamento de Dilma.
‘Plano Temer’
A oposição do vice é aberta: ex-ministro da Aviação e pessoa de confiança de Temer, Moreira Franco publicou artigo em que critica “o descaso com regras básicas da economia” e chama de ‘Plano Temer’ o documento ‘Uma ponte para o futuro’, focado em temas econômicos e que foi lançado pelo PMDB em outubro.
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‘Camisa de força’
Moreira postou no Twitter que o início do processo de impeachment “rompe as amarras de uma camisa de força que ao longo deste ano foi imposta à sociedade brasileira.”
Mais sessões
Deputados da base aliada foram convocados para chegar a Brasília na manhã de segunda-feira. Para evitar a pressão das ruas, o partido quer forçar a realização de sessões na Câmara às segundas e sextas. Bastam 51 deputados em plenário para abrir os trabalhos.
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Dilma apressada
Dilma deverá responder rapidamente aos questionamentos que embasam o pedido de impeachment: ela teria prazo de até dez sessões da Câmara para apresentar seus argumentos. Depois, a comissão de deputados terá o tempo correspondente a cinco sessões para tomar uma decisão e levar o caso ao plenário. O governo acha que dá tempo de fazer isso antes do recesso.
Lula lá longe
No meio do processo do impeachment, Lula vai ficar cinco dias fora do país. Embarca terça para a Alemanha e depois seguirá para a Espanha. Terá encontros com políticos e sindicalistas.