Rio - "Na última vez que falei com meu filho, pedi que voltasse para casa. Ele disse que ontem não dava porque estava ensaiando para dançar em uma festa de 15 anos", lembra Simone dos Santos Miranda. Mãe de Alessandro M. de Carvalho, um dos cinco mortos no acidente com um ônibus na Linha Amarela no domingo, ela foi reencontrar o filho, na manhã desta segunda-feira, no Instituto Médico Legal, no Centro do Rio, onde esteve para liberar o corpo do jovem de 17 anos.
Muito emocionada, Simone disse que não recebeu qualquer auxílio do Consórcio Transcarioca, responsável pelo coletivo que fazia a linha 352 (Castelo-Riocentro) e que colidiu na saída de um túnel da Linha Amarela, na altura da Freguesia, em Jacarepaguá. "O que a empresa está dizendo sobre apoio é mentira, estamos cuidando de tudo sozinhos", afirmou.
Dos nove feridos socorridos para hospitais pelos bombeiros, pelo menos dois já receberam alta. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, Jorge F. Ferreira, de 57 anos, e Luciene M. de Almeida, 53, já deixaram o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde foram internados. O estado de saúde das vítimas encaminhas para os hospitais Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Miguel Couto, na Gávea, e Salgado Filho, no Méier, ainda não foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Ônibus acumula infrações de trânsito
O delegado Rodrigo Sá, da 41ª DP (Tanque), que recebeu denúncia de que o ônibus estaria com o pneu estourado no momento do acidente, acompanhou, nesta manhã, uma perícia técnica feita no que restou do coletivo. Ela indicará se houve falha no coletivo. O motorista do ônibus, que ainda está internado, deve ser ouvido ainda hoje na delegacia. Imagens da Lamsa e do veículo já foram entregues aos policiais.
No site do Sistema de Controle de Infrações de Trânsito da Prefeitura do Rio, há 42 multas para o coletivo placa KWH-4813, entre abril de 2011 e novembro de 2015. Entre as infrações, constam algumas graves, como excesso de velocidade, trafegar na contramão ou no acostamento.