Por marlos.mendes
Rio - O agravamento da crise nos hospitais estaduais levou a direção do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, a dar queixa na 33º DP. Médicos denunciaram a falta de condições para prestar atendimento à população. A medida de precaução é para evitar punições futuras por omissão de socorro. No Getúlio Vargas, na Penha, médicos enviaram carta ao Conselho Regional de Medicina (Cremerj) alertando sobre os graves problemas de desabastecimento de insumos e medicamentos essenciais.
Nesta segunda-feira, mais uma unidade de saúde do estado, o Hospital da Mulher Heloneida Stuart, em São João de Meriti, Baixada, amanheceu fechada por falta de pagamento. Na porta, um recado: “devido à escassez de recursos, a emergência desta unidade encontra-se fechada”. De acordo com os diretores da unidade, Sérgio Teixeira e Ricardo Lanarella, a partir de hoje o ambulatório será fechado. Equipes serão deslocadas para cobrir ausências.
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Thaína Christine chega à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana%2C na zona sul do Rio%2C e não recebe atendimentoMaira Coelho / Agência O Dia
O atendimento mensal na Posse variava de 10 mil a 11 mil pacientes antes da crise. Neste mês a estimativa é de 14 mil pessoas passando pela emergência do hospital. Muitos pacientes chegam em estado grave e, com o fechamento das emergências nos hospitais estaduais dos municípios vizinhos, a demanda cresceu além do esperado. De acordo com o diretor, Joe Castello, o aumento é preocupante. “Desde sexta-feira, cresceu em 40% o número de pessoas a serem consultadas”, disse.

Em reunião nesta segunda-feira, a OS HMTJ-RJ, que administra os hospitais estaduais citados, disse que o problema será resolvido e os servidores serão pagos, mas sem data prevista. Em nota, o Cremerj informou que alguns hospitais estaduais, como Albert Schweitzer, Rocha Faria e Saracuruna, limitaram a emergência e reduziram pela metade os leitos. Até o momento, médicos de 15 UPAs do estado, notificaram o Conselho sobre o atendimento precário e os fechamentos.

Em carta entregue ao Cremerj%2C diretor do Getúlio Vargas alerta para a precariedade da unidadeReprodução

O Sindicato dos Médicos e o Ministério Público do Estado montaram Gabinete de Crise para discutir. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública Geral integram o grupo, que pedirá plano de contingência para a Secretaria Estadual e Saúde para esclarecer a crise.

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Ajuda militar
O governador Luiz Fernando Pezão pediu ajuda ao Ministério da Defesa para que o Exército assuma os hospitais no fim do ano. Bombeiros e PMs devem reforçar atendimento. Quinta-feira, em reunião em Brasília, o ministro da Saúde Marcelo Castro anunciou que irá transferir o pagamento integral dos recursos para média e alta Complexidade, que são usados como complemento no custeio de UPAs e hospitais. A medida vai favorecer todo o estado. Para o Rio, a previsão é que o montante fique em torno de R$ 45 milhões nos próximos dias. Até dia 30, a previsão é que haja antecipação de R$ 15 milhões e, na primeira quinzena de janeiro, mais R$ 30 milhões.