Por karilayn.areias
Rio - Eduardo Paes (PMDB) afirma que não há “o menor risco” de a prefeitura passar por uma crise como a enfrentada pelo estado. “Vamos fechar o ano no azul”, prevê. Na semana passada, ele anunciou o empréstimo de R$ 100 milhões ao governo estadual para diminuir os efeitos do colapso na saúde.
Em entrevista ao Informe, o prefeito atribui a situação da prefeitura ao controle exercido sobre as finanças, ao corte de custos e a medidas que tomou no início do ano. Mesmo com a recessão, ele aposta na realização de obras que seriam feitas com a iniciativa privada.
Eduardo PaesLEVY RIBEIRO/AGÊNCIA O DIA/14.12.2015

A prefeitura corre algum risco de quebrar?

EDUARDO PAES: Não. Venho tomando medidas de ajuste fiscal desde que assumi, sempre procurando manter a prestação de serviços. Corto gorduras o tempo todo. Às 5h30 de todos os domingos eu estudo a situação financeira da prefeitura e, nas noites de segunda, participo da reunião da Comissão de Programação Financeira, Gestão e Controle. Este ano, cortei de 10% a 15% dos valores de contratos.

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Os royalties do petróleo representam apenas 0,6% das receitas da prefeitura. Isso ajuda a enfrentar a crise, não?
É ótimo não depender dos royalties. Sempre achei que esse dinheiro tinha que ser usado como poupança, mas, no estado e nos municípios, acabou virou receita corrente. A queda no preço do petróleo acabou tendo um efeito muito grave .
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Mas está havendo queda também na arrecadação de impostos municipais.
Para enfrentar isso procurei, desde o início do ano, trabalhar com receitas extraordinárias. Mandei para a Câmara Municipal sete projetos que envoviam, por exemplo, a renegociação de dívidas. Isso compensou a queda.
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E em relação a 2016? Há risco de paralisação de obras?
Há uma tendência de desaceleração maior da economia, mas temos como enfrentar isso. A maior parte das obras foi feita, não há risco de acontecer o que houve com o estado.
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Há uma preocupação com o desemprego que virá a partir da conclusão das obras para a Olimpíada. Como enfrentar isso?
Vamos lançar licitações para a criação de novas PPPs (parcerias público-privadas) que incluem obras grandes, como a expansão do VLT e da rede de BRTs (o pacote prevê a geração de quase 40 mil empregos até 2020).
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O sr. teme que a crise no governo Pezão prejudique o PMDB na eleição municipal?
O ideal seria que tudo estivesse bem, mas o eleitor sabe diferenciar as coisas. O desempenho do Pedro Paulo (pré-candidato do PMDB) será relacionado ao meu governo. Se meu trabalho for bem avaliado isso se refletirá na votação dele.
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O sr. participou da reunião com o vice-presidente Michel Temer em São Paulo. A divisão do partido em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff foi superada?
Acho que tudo vai se acalmar. Deixamos claro que o PMDB do Rio não quer tomar o PMDB nacional. E acho também que a bola do Temer está mais baixa, até o Aécio (Neves, presidente do PSDB) já fez cíticas a ele. Isso tudo fez mal ao Brasil, o país tem que andar.