Por tiago.frederico
Mordida por cachorro%2C Aryane encontrou vacina após dois dias de buscaWhatsApp do DIA (98762-8248)

Rio - A falta de vacina antirrábica nos hospitais e postos públicos do Rio tem obrigado os cariocas a cumprir um verdadeiro calvário atrás de imunizantes. Algumas família chegam a procurar 20 endereços até conseguir uma dose. É o caso da vendedora Priscila de Paula Santiago, de 27 anos, após sua filha Aryane ser mordida no rosto por um cachorro.

“Fui ao Hospital Lourenço Jorge — que é referência na área —, no Getúlio Vargas, em todos os postos da Ilha do Governador, de Ramos, de Olaria...”, vai listando Priscila, que começou sua saga na última sexta-feira, ao meio-dia, e só conseguiu encerrá-la no sábado, às 17h, no Hospital Souza Aguiar.

“Lá no Aguiar, precisei esperar duas horas até minha filha ser vacinada. Um médico dizia que não tinha a vacina e outro dizia que tinha. Senti resistência deles”, conta a mãe da criança. A menina tem febre desde a mordida. “Durante a minha procura, cheguei a ouvir de um médico que eu não encontraria a vacina em nenhum lugar e que seria mais fácil observar o cachorro que atacou para verificar se ele estava doente”, lamenta ela.
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Mas o drama de Priscila não é novo nem único. Em reportagem publicada em novembro, O DIA mostrou a falta de antirrábica na cidade. No último final de semana, mais leitores denunciaram o problema. Caso de Taquara Silvana que, ao sair para visitar sua neta foi atacada por um cachorro da raça Pit Bull que teria se soltado da coleira. “Ela ficou muito machucada, Levada para o Lourenço Jorge, tomou muitos pontos, mas ficou sem a vacina”, conta a amiga Rosilane.
A Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde informou em nota que recebeu uma remessa de vacinas antirrábicas do Ministério da Saúde em dezembro. Porém a quantidade ainda é insuficiente para normalizar a distribuição aos municípios fluminenses. Uma nova remessa já foi pedida.
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Até lá, a Secretaria tem dado prioridade às ações de bloqueio. Ou seja, sempre que há indícios de algum animal com raiva, é feita uma ação nos animais daquela localidade para evitar a contaminação pela doença. Por isso, os municípios que receberam as poucas doses enviadas pelo Ministério da Saúde são os que apresentaram esse cenário, que poderia representar algum tipo de risco.
A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que acomete os mamíferos. Ela se instala e se multiplica nos nervos periféricos e migra para o sistema nervoso central, seguindo para as glândulas salivares, onde se propaga. A principal forma de transmissão é por meio da mordida de animais infectados. Embora os últimos dois casos de raiva em pessoas, no Rio de Janeiro, tenham ocorrido em 1985, e o último registrado em cães, em 2001, a doença ainda é temida, pois pode matar.
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