O ferido não tem patente ou função definida, mas participa de incursões na comunidade e revistas a suspeitos. Seu nome de guerra: "Maré Zero", código usado pelos PMs em ação para entrar em contato por rádio ou celular com o Quartel General da corporação. Ele foi baleado no peito durante uma incursão dos PMs na localidade do Caratê, passou por cirurgia e está internado.
Maré Zero é um vira-lata da Cidade de Deus que adotou os policiais como donos e passou a acompanhá-los em suas atividades. Foi ferido em confronto entre PMs e bandidos. Não se sabe se foi uma bala perdida ou se os bandidos tentaram matar o cachorro que ousou se tornar um aspirante a cão policial. Pelo que se conhece da índole dos bandidos do Rio, não é improvável que Maré Zero tenha sido vítima de uma covardia incapaz de perdoar nem mesmo o melhor amigo do homem — justo aquele cujo amor não faz distinção entre quem está dentro ou à margem da lei.
Solidários, os policiais se cotizaram para pagar o tratamento de Maré Zero. Ele foi submetido a uma cirurgia para retirada do projétil. Segundo policiais da UPP, ele "está fraco, mas lutando para sobreviver".
'Mirem no marronzinho'
Cães do Batalhão de Operações com Cães (BAC) já foram alvo da ira de traficantes. Em 2010, conforme reportagem do DIA, PMs revelaram que o labrador Boss ('chefe') estava sendo ameaçado por traficantes. 'Mirem (as armas) no marronzinho!', ordenavam bandidos pelos radiotransmissores. fazendo menção a cor do labrador. O ódio contra Boss tinha explicação. Em operação no Complexo de Manguinhos, Zona Norte, o cão farejou, escondidos por uma parede falsa em uma casa abandonada, 400 quilos de maconha, munição e carregadores. O BAC tem cerca de 80 cães, que estão sendo treinados para atuar nos Jogos Olímpicos.