Por paulo.gomes
Rio - A Justiça do Rio determinou que novos mandados de prisão fossem expedidos contra os irmãos Walter e Vagner Pelegrine, responsáveis pela organização social (OS) Biotech e presos no início do mês passado durante a Operação Ilha Fiscal. Acusados de integrar uma quadrilha que fraudou R$ 48 milhões dos recursos públicos dos hospitais municipais Pedro II, em Santa Cruz, e Ronaldo Gazolla, em Acari, eles estavam em prisão domiciliar, beneficiados por uma decisão do plantão judiciário no dia 21 de dezembro.
Segundo o voto publicado pelo relator do processo, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, não compete ao plantão judiciário apreciar um pedido de habeas corpus que poderia ter sido formulado ao juiz natural do processo. Ainda de acordo com o voto, alguns fatos destacaram-se no processo como a ocultação dos verdadeiros endereços residenciais por parte dos réus em conversas flagradas em escutas telefônicas e indícios de uma suposta identidade falsa de Walter, também identificado sob o nome de Waldeir Nóbrega Silveira, o que corrobora para a decretação da prisão preventiva.
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Trinta e sete pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Integrada na Saúde (GAIS) do Ministério Público (MP) do Rio à Justiça. Durante a operação, foram apreendidos carros importados, como duas Ferraris, cerca de R$ 500 mil em espécie e joias. Segundo os investigadores, a Prefeitura do Rio repassava o dinheiro para Biotech, responsável pela manutenção e gerência dos hospitais.
Entretanto, a empresa contratava fornecedores “marcados” e pagava mais caro pelos serviços. Os fornecedores devolviam os valores para a organização, que lucrava com a diferença. Em alguns casos, as empresas contratadas sequer prestavam os serviços. Estima-se que, a cada R$ 3 milhões recebidos, cerca R$ 1 milhão era desviado.