Por paulo.gomes
Rio - Quem foi ao Sambódromo na primeira noite do desfile das escolas de samba do Grupo Especial acabou encontrando um antigo problema: taxistas cobrando preços extorsivos pelas corridas, sem qualquer repressão da Prefeitura. Numa fila com ao menos 12 táxis amarelos parados na Rua Paula Matos, paralela à Marquês de Sapucaí, motoristas estabeleciam o preço das corridas previamente. Usavam como base a tabela que a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) criou, na verdade, para os veículos executivos, e não para os táxis amarelos. Com isso, as corridas saíam por no mínimo, três vezes o valor real.
Uma viagem do Sambódromo ao bairro do Cachambi, por exemplo, que com a Bandeira 2 liberada ficaria por R$ 38 em táxi amarelo, não saía por menos de R$ 111. "Isso é um roubo. Não é possível que a polícia não esteja vendo isso", reclamava a auxiliar de enfermagem Marina Duarte. Uma viagem da Passarela do Samba ao bairro do Estácio, a menos de um quilômetro dali, custava R$ 48.
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Alguns taxistas davam preços para as corridas aleatoriamente, citando uma "tabela" municipal, mas com valores que não constavam de qualquer documento. Havia também motoristas que diziam servir ao aplicativo Uber, mas só aceitavam corridas para a Zona Sul.
Para evitar justamente a cobrança de preços extorsivos em corridas de táxi, a Prefeitura liberou no início do ano a utilização da Bandeira 2 para táxis amarelos. Para táxis executivos, a SMTR publicou uma tabela no Diário Oficial, no dia 18 de janeiro. É esta tabela que os táxis amarelos estavam usando para estabelecer o valor das corridas na primeira noite do Grupo Especial do Sambódromo. Não havia no local qualquer ação de fiscalização da Prefeitura.