Por paulo.gomes
Os próprios agressores gravaram um vídeo com a tortura dos jovensReprodução Vídeo

Rio - É policial militar um dos agressores que atacou três grafiteiros dia 21 de janeiro na Saara, no Centro do Rio. Policiais da 4ªDP (Central do Brasil) já identificaram outros três, um deles é filho do PM, mas seriam sete os envolvidos no espancamento. A sessão de tortura foi filmada por um dos próprios agressores, que se identificam no vídeo como seguranças da Saara. O caso veio à tona após o vídeo ser postado nas redes sociais dia 27 de janeiro.

O espancamento durou quase uma hora. O filme mostra os meninos apenas de cueca e sujos de tintas. Eles foram agredidos com barras de ferro e socos e um deles teve a perna quebrada em dois lugares. Eles ainda foram obrigados a ficar com a boca e olhos abertos enquanto os agressores espirravam tinta spray em seus rostos.
Publicidade
Como O DIA noticiou no dia 29 de janeiro, eles ainda tiveram os órgãos genitais pintados e foram obrigados a correr semi nus e machucados até a Central do Brasil, onde pegaram um ônibus para casa. Os rapazes contaram que desceram na Rua da Alfândega para grafitar um muro mas acabaram pegos pelos agressores. Os jovens denunciaram a agressão na 4ª DP, que registrou o caso como tortura, cuja pena é de oito anos de preisão. Um dos jovens agredidos teve uma perna quebrada.
Na semana passada a Polícia Civil pediu e o Ministério Público foi favorável a busca e apreensão na casa do policial e no estabelecimento onde funciona a segurança da Saara, mas o pedido foi negado pela Justiça e as diligências não puderam ser feitas. Os agressores foram identificados pelo vídeo a partir dos relatos das vítimas.
Publicidade
‘Atuação é ilegítima’

Após a divulgação do víde da tortura dos grafiteiros, em que os próprios agressores se identificaram como seguranças da Saara, o presidente do Pólo Centro Rio Saara, Denys Darzi, disse , em nota à imprensa na ocasião, que a entidade não tinha qualquer relação com os seguranças.

Segundo o comerciante, a Polícia Civil já havia sido alertada sobre o trabalho ilegal dos vigilantes na região. No ano passado, o Polo procurou formalmente pela Polícia Civil, solicitando uma investigação sobre a origem deste grupo que circula pela região para, supostamente, garantir a paz e a segurança mas, que na verdade, age com violência e absoluto despreparo”, disse Darzi na nota.

“Estes seguranças fazem parte de um grupo irregular, que vem atuando de forma ilegítima, sob a orientação de seus contratantes”, afirmou Darzi, na nota, classificando o episódio como uma barbárie.
Você pode gostar