Em visita a Santa Cruz, presidente Dilma Rousseff diz que mosquito será exterminado até a Olimpíada
Por tiago.frederico
Rio - No Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil viveu “décadas de abandono” no saneamento público. Durante visita à comunidade Zeppelin, no bairro de Santa Cruz, Dilma anunciou que haverá uma ação dirigida para o Rio no combate ao mosquito transmissor do vírus da zika, dengue e chikungunya devido aos Jogos Olímpicos.
Na véspera, o prefeito Eduardo Paes disse que zika não é tema olímpico e que gripe mata mais do que a doença. Segundo a presidente Dilma, o objetivo da campanha de combate ao Aedes não é mostrar à comunidade internacional que o país está preparado para sediar a Olimpíada.
“Não é um compromisso nosso com o exterior, mas conosco mesmo. Algumas cidades terão prioridade e o Rio é uma delas por razões óbvias. Mas há uma conscientização dos órgãos ligados ao esporte de que esta situação não compromete a Olimpíada. O mosquito é perigoso para grávidas e nós achamos que conseguiremos, até as Olimpíadas, ter um sucesso bastante considerável no extermínio do mosquito”, disse a presidente.
Questionada acerca da falta de saneamento básico em grande parte do Rio, Dilma criticou os governos anteriores. “Em 2007, quando cheguei ao governo, a União investia R$ 2,5 bilhões por ano em saneamento. Nós chegamos a investir R$ 20,5 bilhões por ano. Mudamos o patamar de investimento em saneamento. Se tem muito coisa para fazer? Você nem imagina quanto. Estamos correndo atrás de décadas de abandono na questão do saneamento”, discursou.
Ao lado do governador Luiz Fernando Pezão e de Eduardo Paes, Dilma afirmou que investiu-se mais em saneamento nos últimos anos no Rio de Janeiro do que em toda a história do país. “As pessoas não valorizam o saneamento. Principalmente os ex-governantes, porque o investimento fica enterrado e não se capitaliza (eleitoralmente). Tenho orgulho do que fizemos. Não tenho problema em reconhecer que falta muito a fazer, mas não vou deixar de enfatizar o quanto fizemos”, disse.
Logo após a rápida visita, Dilma informou que o Ministério da Saúde está com todas as forças voltadas para a descoberta de uma vacina contra a zika. E que o governo firmou uma parceira com a Universidade do Texas, nos EUA, com este objetivo. “Não é fácil (descobrir uma vacina), e sabemos que vai levar um certo tempo. Não é possível esperar. Temos de combater o mosquito porque que é o transmissor do vírus. Temos de impedir que ele procrie”, disse Dilma.
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Aplausos na Zona Oeste
Alvo de críticas frequentes desde o início do seu segundo mandato, a presidente Dilma escolheu a dedo o lugar da visita. Na comunidade Zeppelin, o apoio foi total e seu discurso terminou sob aplausos dos moradores, que abraçaram a campanha Zika Zero.
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A dona de casa Lucimara Delfino estava orgulhosa por ter recebido pela primeira vez na sua humilde casa a visita da presidente.
“Ter a Dilma e os governantes perto do povo numa hora como essa é muito importante”, disse Lucimara, que teve dengue há alguns anos, e garante estar ciente das precauções que tem de tomar para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.