Por karilayn.areias

Rio - A violência transformou uma tarde alegre de brincadeiras em tragédia para a família de João Vítor, de apenas 14 anos. O garoto morreu ontem, um dia após ser atingido na cabeça por uma bala perdida perto de casa no bairro Mutuapira, em São Gonçalo. O menino estava internado no Hospital Estadual Alberto Torres. Um homem identificado como Mayron Oliveira Xavier, acusado de ser o autor do disparo que atingiu João foi preso por policiais do 7º BPM (São Gonçalo). 

João Vítor estava internado no Hospital Alberto Torres e não resistiuReprodução

De acordo com a delegada Norma Lacerda, da 73ª DP (Neves), ele vai responder pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Em menos de sete dias, o caso de João Vítor é o segundo de morte de jovem vítima de bala perdida na cidade. No dia 6, Ana Beatriz Duarte de Sá, de apenas 5 anos, foi ferida também na cabeça quando estava numa festa infantil, no bairro Jardim Catarina. À polícia, parentes da menina informaram que não ouviram barulho de tiros e que não havia operação policial na área. Ela morreu na quinta-feira no mesmo hospital que João Vítor.

Segundo o comando do 7º BPM (São Gonçalo), policiais do batalhão prenderam um suspeito que atirou contra a viatura durante incursão no bairro Mutuapira. Na ação, também foram apreendidos uma pistola que estava com o suspeito, um estojo com munições deflagradas, um radiotransmissor, dois celulares e uma sacola com drogas.

Segundo a Polícia Militar, a avó de João Vítor chegou a abordar os policiais e pediu socorro para o neto. Mas a criança já havia sido socorrida por vizinhos. Testemunhas disseram aos agentes que o tiro foi disparado por criminosos. 

Moradores ficaram revoltados

Moradores do bairro Mutuapira, na comunidade de Pira, ficaram revoltados com a morte do garoto. Segundo eles, os confrontos são constantes na região. O enterro do João será no Cemitério São Miguel, mas o horário ainda não tinha definido até a noite de ontem. Abalada, a mãe do menino, Carla Costa, não quis comentar o caso, segundo vizinhos. “Pediu para não falar sobre isso, pois o importante era a vida do filho”, disse uma amiga.

Vizinha do garoto disse que uma viatura do 7º BPM passava na Rua Oscarino Maciel quando ouviu-se os tiros. “Tinha gente passando na hora e o João Vítor jogava bola com os amiguinhos. Já não é a primeira vez que isso acontece aqui em nosso bairro”, se revoltou a mulher.

O menino era muito querido no bairro e moradores chegaram a fazer campanhas nas redes sociais enquanto ele estava internado.

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