Rio - Na tarde de hoje, ao assumir um posto no ministério de Michel Temer, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) ganhará o direito de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal caso vire réu na Lava Jato - a mesma prerrogativa foi negada ao ex-presidente Lula ao ser impedido, pelo próprio STF, de chefiar a Casa Civil de Dilma Rousseff.
A Polícia Federal apreendeu, no celular de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, mensagens que mostrariam a atuação de Vieira Lima em benefício da empreiteira. As mensagens indicam também que ele teria solicitado doações da OAS para sua campanha ao Senado e para outros políticos do PMDB baiano.
Ao voltar, hoje à tarde, para o Ministério do Turismo - tomou a iniciativa de deixar o governo Dilma em abril -, Henrique Eduardo Alves também irá recuperar o direito de ser julgado pelo STF caso avancem as investigações contra ele na Lava Jato.
Mensagens também encontradas no celular de Pinheiro revelam que doações para campanha de Alves foram solicitadas pelo deputado Eduardo Cunha, que, em 2015, seria eleito para a presidência da Câmara dos Deputados.
Em dezembro passado, a PF apreendeu documentos no apartamento do futuro ministro do Turismo em Natal (RN). A tentativa de nomeação de Lula para a Casa Civil foi um dos motivos citados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir a abertura de inquérito contra Dilma Rousseff, suspeita de tentativa de obstrução da justiça.
Outros novos ministros, e o próprio Temer, foram citados nas investigações da Lava Jato, mas todos já têm direito ao foro especial.